São Paulo, segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

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DVD

Documentário do maior fã-clube da trilogia de J.R.R. Tolkien mostra como a obra tem influenciado a cultura pop há mais de meio século

Anéis por todos os lados

LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

Você pode não saber, mas, de alguma maneira, você é fã de "O Senhor dos Anéis", mesmo sem nunca ter lido nenhum dos três livros nem assistido a nenhum dos premiados filmes ("A Sociedade do Anel", "As Duas Torres" e "O Retorno do Rei"). Olhe só alguns exemplos:
Você curte heavy metal? Então não se esqueça de que um dos pilares do estilo, a banda Led Zeppelin, dedicou várias de suas letras ao universo criado por J.R.R. Tolkien (1892-1973). Gosta de Harry Potter? Fique sabendo que histórias de fantasia dividas em livros só existiram depois do sucesso de "O Senhor dos Anéis". Falando em sagas, pense se a luta entre o bem e o mal e o lado negro de "Guerra nas Estrelas" não lembra muito as aventuras na Terra-Média...
E essas são apenas poucas amostras de como os fãs ajudaram, no decorrer das últimas cinco décadas, a manter viva a mitologia criada pelo escritor sul-africano radicado na Inglaterra. Essas e dezenas de outras provas do poder sem fim do anel estão no documentário "A Influência do Anel".
O filme foi produzido pelo maior fã-clube de Tolkien, TheOneRing.net, criado na internet assim que surgiu a notícia de que Peter Jackson iria começar a rodar os três livros de uma só vez, na Nova Zelândia.
Logo os fãs começaram a se reunir pela internet e a cobrar da produção do filme respeito à obra. E, para a surpresa de muitos, foram ouvidos pelo próprio diretor!
A idéia de um fã-clube produzir um documentário sobre os próprios fãs (famosos ou não) soa bastante suspeita, pois a chance de o filme se tornar um relato bobo de como "O Senhor dos Anéis" é legal era grande. Mas não foi isso que aconteceu.
Esses fanáticos não vivem na Terra-Média o tempo todo e têm muita autocrítica. Eles sabem que parecem, para o resto do mundo, um bando de "freaks" e usam isso para encher de humor as dezenas de informações interessantes espalhadas pelos 97 minutos do DVD (que sai agora no Brasil).
É realmente muito criativa a mistura de imagens históricas e divertidíssimas (como o ator Leonard Nimoy, o orelhudo Spock, do seriado "Jornada nas Estrelas") cantando "The Ballad of Bilbo Baggins" -a balada de Bilbo Bolseiro) com fotos e ilustrações (animadas nos moldes das cenas criadas por Terry Gilliam nos filmes do Monty Python) e até de atores encenando a juventude nas décadas que se passaram depois do lançamento da trilogia, em 1954.
No final, vemos que de "freaks" esses fãs não têm nada, afinal, o documentário recebeu menção honrosa no festival Slamdance, dedicado a jovens cineastas. Mais uma prova da influência do anel.

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