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DVD
Documentário do maior fã-clube da trilogia de J.R.R. Tolkien mostra como a obra tem influenciado a cultura pop há mais de meio século
Anéis por todos os lados
LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL
Você pode não saber, mas, de alguma maneira, você é fã de "O Senhor
dos Anéis", mesmo sem nunca ter
lido nenhum dos três livros nem assistido a
nenhum dos premiados filmes ("A Sociedade do Anel", "As Duas Torres" e "O Retorno do Rei"). Olhe só alguns exemplos:
Você curte heavy metal? Então não se esqueça de que um dos pilares do estilo, a
banda Led Zeppelin, dedicou várias de suas
letras ao universo criado por J.R.R. Tolkien
(1892-1973). Gosta de Harry Potter? Fique
sabendo que histórias de fantasia dividas
em livros só existiram depois do sucesso de
"O Senhor dos Anéis". Falando em sagas,
pense se a luta entre o bem e o mal e o lado
negro de "Guerra nas Estrelas" não lembra
muito as aventuras na Terra-Média...
E essas são apenas poucas amostras de
como os fãs ajudaram, no decorrer das últimas cinco décadas, a manter viva a mitologia criada pelo escritor sul-africano radicado na Inglaterra. Essas e dezenas de outras
provas do poder sem fim do anel estão no
documentário "A Influência do Anel".
O filme foi produzido pelo maior fã-clube
de Tolkien, TheOneRing.net, criado na internet assim que surgiu a notícia de que Peter Jackson iria começar a rodar os três livros de uma só vez, na Nova Zelândia.
Logo os fãs começaram a se reunir pela
internet e a cobrar da produção do filme
respeito à obra. E, para a surpresa de muitos, foram ouvidos pelo próprio diretor!
A idéia de um fã-clube produzir um documentário sobre os próprios fãs (famosos
ou não) soa bastante suspeita, pois a chance
de o filme se tornar um relato bobo de como "O Senhor dos Anéis" é legal era grande. Mas não foi isso que aconteceu.
Esses fanáticos não vivem na Terra-Média o tempo todo e têm muita autocrítica.
Eles sabem que parecem, para o resto do
mundo, um bando de "freaks" e usam isso
para encher de humor as dezenas de informações interessantes espalhadas pelos 97
minutos do DVD (que sai agora no Brasil).
É realmente muito criativa a mistura de
imagens históricas e divertidíssimas (como
o ator Leonard Nimoy, o orelhudo Spock,
do seriado "Jornada nas Estrelas") cantando "The Ballad of Bilbo Baggins" -a balada de Bilbo Bolseiro) com fotos e ilustrações (animadas nos moldes das cenas criadas por Terry Gilliam nos filmes do Monty
Python) e até de atores encenando a juventude nas décadas que se passaram depois
do lançamento da trilogia, em 1954.
No final, vemos que de "freaks" esses fãs
não têm nada, afinal, o documentário recebeu menção honrosa no festival Slamdance, dedicado a jovens cineastas. Mais uma
prova da influência do anel.
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