Fiz uma coisa bem fora de moda nesses dez dias que passei em Los Angeles, no final de junho/começo deste mês: escutei rádio de monte. Em L.A., tudo fica longe, o trânsito é um inferno. Resta apelar para as ondas do rádio.
Além das estações de notícias, é claro, o que rolou direto foi a rádio mais jabazeira do mundo, a notória KROQ.
Era falta de opção. Minha rádio angelena preferida, a Indie 103.1, foi pro espaço há uns meses. Restou a mais ou menos moderna (e bota mais ou menos nisso) KROQ. Ali é o seguinte: esquemão à moda antiga, com umas 40 músicas que se alternam até o saco explodir.
E só bandas/artistas de grandes gravadoras. A lei é a do jabá. Kings of Leon, MGMT, The Killers e outros "indies" de araque? Todos lá. "Kids", do MGMT, deve tocar umas mil vezes por dia. Mas fazer o quê? Não tinha nada melhor no "dial". E as rádios de notícia são chatíssimas, o que menos têm são notícias. Só debates em que múmias de ultradireita ficam malhando o Obama por qualquer motivo. Tenha dó.
Só dou um desconto para a KROQ. Algo que me fez sentir o cara mais desinformado da galáxia. É uma música do Linkin Park chamada "Bleed it Out", que eu achei espetacular e nunca tinha ouvido. Cheguei a pensar que o LP estava com disco novo. Quando voltei ao Brasil, fui olhar e... a música é de cinco anos atrás! Por que a KROQ cismou de bombá-la agora? Não faço ideia. Pergunte para o cara da gravadora que cuida do jabá.
O que resume a situação das rádios angelenas é uma camiseta que comprei na viagem. Traz um desenho de um rádio velhão, com um texto em inglês bem errado: "Valeu aí, você foi útil". Destaque para o "foi".