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Cinema
A volta do monstro
Há vinte anos sem filmar, o cineasta José Mojica
Marins encerra a trilogia de Zé do Caixão iniciada em 1964
DA REDAÇÃO
Desde terça-feira
passada, não é mais
seguro andar pelas
ruas da cidade à
meia-noite. Homens e mulheres, tratem de ir
para a cama logo cedo. Mocinhas virgens devem permanecer trancadas em casa. Ele está
novamente à solta. Após 40
anos confinado -desde 1967-,
libertaram o Zé do Caixão!
Desde terça, José Mojica Marins está filmando "Encarnação
do Demônio", a última parte da
trilogia do Zé do Caixão.
E o primeiro dia de filmagem,
realizado na antiga cadeia do
Hipódromo, no Bresser, contou com uma cena desde já histórica: Zé do Caixão saindo da
cadeia e ganhando as ruas.
"Rejuvenesci 40 anos", conta
Mojica, 70. "Pulei pra lá, pulei
pra cá, por todo o set. Meu cinema é esse", conta, eufórico.
Não é para menos. Ao gritar
"ação", Mojica derrubou uma
praga que o manteve afastado
das câmeras desde 1986. Para
tanto, ele contou com a ajuda
dos produtores Paulo Sacramento ("Amarelo Manga") e
Dennison Ramalho, que passaram cinco anos reescrevendo o
roteiro e buscando dinheiro pelas leis de incentivo.
Para a realização do longa,
entrou em ação a Gullane Filmes ("O Ano em que Meus Pais
Saíram de Férias"). E, é claro, a
participação de atores amigos
do Zé do Caixão, como Zé Celso
e sua trupe, Luís Melo e Jece
Valadão, entre outros.
Acompanhe o diário das filmagens no site do cineasta:
www.uol.com.br/zedocaixao/noticias/introducao_diario.htm.
(IVAN FINOTTI)
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