São Paulo, segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

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Jogo

Sorte no tabuleiro

No bar Ludus Luderia, pessoas de diversas idades jogam os clássicos "War" e " Banco Imobiliário", entre outras novidades

Alan de Faria
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se nas lan houses, os jogadores colocam o fone de ouvido e se isolam do mundo real enquanto bolam estratégias para os personagens dos games virtuais, aficionados por jogos de tabuleiro encontraram uma boa opção de reunir amigos e colocar o papo em dia no bar/café Ludus Luderia.
A idéia de criar um espaço no qual fosse possível juntar saudosistas de "War" e "Jogo da Vida" ou apenas colegas de trabalho e empresa para tomar cerveja e conversar ao mesmo tempo em que ganham muito dinheiro no "Banco Imobiliário" surgiu em agosto do ano passado. Localizado no bairro Bela Vista (SP), o Ludus Luderia oferece cerca de 300 jogos de tabuleiro.
"Além dos clássicos, procuramos mostrar também novidades importadas", revela Fábio Tola, um dos sócios do local e também um fã dos jogos de tabuleiro.
Atrás de jogos que nem sabem que existem, os estudantes de design de games Luiz Alexandre do Amaral, 21, e Gabriel Andreotti Penteado, 20, vão toda semana ao Ludus. "Nossa objetivo é sempre pegar um jogo diferente", conta Luiz, que costuma ficar no Ludus até o horário do fechamento.
Na última vez em que estiveram por lá, eles levaram uma amiga, a estudante Tânia Vilela Pietrobom, 17. "Não imagina que haveria tantos jogos de tabuleiro", disse a garota, enquanto escolhia mais uma das várias opções de jogos.

Happy hour
Muitos dos freqüentadores vão ao Ludus com o objetivo de reunir os amigos. Assim, enquanto disputam territórios em jogos como o alemão "Antike" (veja quadro) ou tentam desvendar o mistério de "Detetive", eles bebem refrigerante, cerveja ou algum drinque, comem alguma coisa e conversam sobre as férias, o dia-a-dia do trabalho ou as provas da faculdade.
Na última quinta-feira, dia 10, Pietra Perez Buchain, 21, Isabel Battistelli Reiss, 22, e Juliana Briquesi Lacava, 23, reservaram várias mesas no bar para o happy hour com os colegas da empresa em que trabalham.
"Eu sempre gostei de "Banco Imobiliário" e "War'", confessou Pietra, enquanto preparava para iniciar o jogo "Cara a Cara". Para Juliana, era uma boa oportunidade de brincar com jogos que ela até pode ter, mas estão esquecidos em seu armário.
Segundo Lucy Raposo, outra sócia do estabelecimento, o público do Ludus é bastante variado. "Vem desde garotada até senhores de mais idade", diz. Raposo conta que, certa vez, uma mãe, que havia deixado a filha no local, voltou ao bar com o marido e uma amiga algumas horas depois para jogar também.

Troca de idéias
Para a estudante de geologia Maria Carolina Catunda, 21, o melhor dos jogos do tabuleiro é o fato de permitir que ela, enquanto joga, converse com os amigos. Junto com o amigo Luis Felipe Lauletta, 20, ela bebia cerveja e ficava atenta aos desdobramentos de "Lost Cities", um jogo que nunca tinha visto na vida.
"A maioria das pessoas que vêm aqui, a princípio, procuram os clássicos "Banco Imobiliário", "Imagem e Ação" ou "Pula Pirata", mas também apresentamos novos jogos a eles para que possam conhecê-los", conta Raposo. Para fazer com que os participantes se lancem à sorte em novos jogos, o Ludus conta com uma monitora, cuja função é mostrar as regras desses brinquedos até então desconhecidos.
No Ludus, há apenas uma restrição. Segundo Raposo, foi proposta a instalação de computadores para oferecerem games virtuais, mas essa escolha foi vetada. O motivo? "Eles não oferecem a interação dos jogos de tabuleiro", finaliza.
Em clássicos da brinquedoteca ou nas novidades dos jogos importados, no Ludus, definitivamente, a sorte está lançada.


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