São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2008

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>> Álvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br

O barraco rock and roll de Ingrid Betancourt

COMO JORNALISTA, claro que meus olhos estavam atentos para o forte noticiário político-policial da semana passada. Mas o coração, confesso, estava em Bogotá e em Paris, acompanhando o formidável barraco, 100% rock and roll, em que se transformou a libertação dos reféns das Farc, entre eles a ex-senadora Ingrid Betancourt.
Assim que foi solta, Ingrid tratou de zarpar de sua querida Colômbia. Em Paris, dá entrevistas com pose de Madre Teresa, dizendo que seu futuro político depende de conversas com o marido.
Só que, na Colômbia, o maridão, Juan Carlos Lecompte, entrega: Ingrid não quer mais nada com ele. Depois de seis anos no meio do mato, ao reencontrar o marido não lhe deu nem um abraço. A razão da frieza seria uma namorada mexicana que Lecompte arrumou enquanto Ingrid penava no cativeiro.
Mas... como ela sabia da mexicana? Fofoca na selva? Ou, nas poucas horas que separaram a libertação do encontro com o marido, alguém foi envenenar Ingrid?
Bem louco, também, é o bate-boca com outra ex-refém, Clara Rojas, libertada seis meses antes de Ingrid, de quem era assessora. No seqüestro, em 22 de fevereiro de 2002, os guerrilheiros disseram que só queriam Ingrid, mas Clara fez questão de ir junto. Na selva, teve um filho, que, segundo ela, é de um guerrilheiro que acabou morrendo.
Em Paris, Ingrid "Madre Teresa" andou declarando que salvou a vida do filho de Clara, Emmanuel, num dia em que a mãe, desesperada, teria tentado afogá-lo num rio. E outro ex-refém, Luis Eladio Pérez, disse que, na floresta, lavava as fraldas do moleque.
Indignada, Clara atacou os dois numa longa entrevista à rádio RCN. Disparou que Ingrid é "boa de teatro", e que seu contato com ela, durante o cativeiro, era nenhum. Sobrou também -e muito- para Luis Eladio. Disse Clara que ele fazia fofocas contra ela para Ingrid.
Ouça a entrevista de Clara aqui: http://is.gd/Rmr. E divirta-se com a natureza humana.

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PLAY - "NME" entrevista Cansei de Ser Sexy 1
Tudo o que você nunca leu em português sobre o CSS está nesta excelente reportagem de Krissi Murison: bastidores da briga com o empresário, falta de grana, quebra-quebra, choro etc.

PLAY - "NME" 2
É curioso notar o descompasso entre a crise por que o CSS passava, em 2007, e o oba-oba que se fazia em torno da banda no Brasil.

PLAY - "NME" 3
Leia aqui: http://is.gd/Ro1. Lembrei de George Orwell: "Jornalismo de verdade consiste no que alguém não quer ver publicado; o resto é relações públicas".


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