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SEXO & SAÚDE
Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br
O último trago
Na última semana no consultório, uma jovem paciente que atendo há cerca de dois anos veio pedir ajuda para parar de fumar. Ela está casada e
quer engravidar em 2010! O pedido chegou em meio a
uma semana de boas novidades em relação ao cigarro.
Uma pesquisa divulgada na última semana mostra
que houve uma queda de 80% na poluição em bares e
em boates quatro meses depois do início da vigência da
Lei Antifumo em São Paulo. O estudo, feito por pesquisadores do Instituto do Coração, mostrou redução importante dos níveis de monóxido de carbono (resultante
da queima do cigarro) nos ambientes fechados.
Quem tem a ganhar com isso? Todo o mundo! Até entre os 400 garçons pesquisados (metade fumante) houve redução média de 35% dos níveis de monóxido de
carbono expelidos na respiração.
Outro estudo da semana passada, feito pelo Instituto
Nacional do Câncer, mostra que o número de fumantes
no Brasil, na população maior de 15 anos (segundo dados do IBGE), caiu de 32,4% em 1989 para 17,2% em
2008. É uma queda de 46,9% em duas décadas. É como
se 21 milhões de pessoas deixassem de fumar no país!
A queda verificada no Brasil foi maior do que a alcançada em países como EUA, Reino Unido e Japão. Ainda
segundo a pesquisa, em 2008, 21,6% dos homens fumavam e 13,1% das mulheres tinham o mesmo hábito.
A redução no uso do cigarro foi um pouco mais acentuada entre as mulheres do que entre os homens. Em
quem tem maior escolaridade, essa queda também foi
bem mais significativa do que entre os de menor escolaridade. E, entre os mais jovens, a diminuição do número
de fumantes foi maior do que entre os mais velhos.
Restrição ao fumo em ambientes fechados, proibição
de publicidade de cigarro, adoção das imagens de alerta
nos maços, campanhas do governo sobre os riscos do cigarro e as leis que proíbem o fumo em locais fechados
são, provavelmente, responsáveis por essa queda.
Na última vez em que escrevi sobre cigarro aqui, enviaram e-mails me acusando de ser radical, fascista, de
ter uma visão parcial sobre o tema, entre outras críticas
publicáveis. Só quero reforçar, para quem ainda não entendeu, o papel desta coluna há 16 anos: informar, discutir e mostrar caminhos para uma vida mais saudável.
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