São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2004

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SEXO E SAÚDE

Dois filmes que você deveria ver!

JAIRO BOUER

Um filme que entra em cartaz em São Paulo nos próximos dias e que você não deve perder é o documentário "Super Size Me", do diretor americano Morgan Spurlock. O filme arrematou o prêmio de melhor direção no badalado festival de cinema de Sundance de 2004 e ganhou prêmios importantes em diversos países.
O diretor se propôs a comer durante um mês no McDonald's e a registrar tudo o que iria acontecer com ele. O resultado de uma dieta feita apenas com fast food e acrescida de uma proposital rotina sedentária (ele não podia dar mais de 3.000 passos por dia) é assustador.
O que você pode pensar é: "Será que o filme não carrega nas tintas para pintar uma realidade descabida?" Em alguns momentos, de fato, parece que Morgan força a barra e exagera nas cenas. Mas também quem agüentaria comer todo dia um cardápio de batatas fritas, hambúrguer e refrigerante, sempre no maior tamanho oferecido pelas vendedoras (o tal Super Size)? Aí é que mora o problema: muita gente adoraria passar a vida à base de fast food. Aliás, hoje em dia, muitas pessoas comem várias vezes por semana em lanchonetes desse gênero, esquecem de se mexer e não saem do sofá nem para mudar o canal de TV. Talvez o impacto do filme na vida da moçada esteja muito mais próximo do que você pensa.
Não é à toa que tem tanta gente com sobrepeso e obesidade no Brasil e nos EUA. "Super Size Me", por mais exagerado e irreverente que seja, oferece uma ótima oportunidade para refletir sobre o que estamos comendo e o que deixa a gente sonhando e com a boca cheia d'água.
Pegando carona na dica do documentário, ou- tro que está em cartaz e que merece ser visto é "Fahrenheit 11 de Setembro", do também americano Michael Moore.
Exagerado e talvez impreciso em algumas informações, irreverente em excesso em outros momentos, mas impiedoso até o último fio de cabelo com o presidente americano George W. Bush, o filme de Moore também é bom para refletir, principalmente em ano eleitoral.
Quem é que a gente escolhe para tomar conta da cidade ou do país em que vivemos? O que é verdade e o que é armação nas histórias que os políticos contam? Que tal a gente pensar bem na hora de votar e na hora de cobrar o que foi prometido?


Jairo Bouer, 38, é médico. @ - jbouer@uol.com.br

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