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"Diários Hackers" traça perfil de oito jovens que realizaram ações consideradas revolucionárias
Pichação virtual
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Eles são os revolucionários do futuro.
Eles são a contravenção silenciosa.
Eles são rebeldes sem causa e com mouse. Eles são... os hackers? Sim, de acordo
com um livro recém-lançado nos Estados Unidos que está redefinindo o status
dos guerrilheiros do computador e dando o que falar.
É "The Hacker Diaries - Confessions of
Teenage Hackers" (Os Diários Hackers
-Confissão de Hackers Adolescentes), do
especialista em segurança on-line Dan
Verton, que traça um perfil completo
dos oito principais hackers em atividade,
todos jovens, nem todos livres.
Hacker, como você sabe, é o pirata que
invade um site ou sistema on-line, deixa
sua marca ou alguma prova de que esteve lá e sai. Não confunda com o cracker,
que é o hacker que invade para fazer estragos ou roubar informações, como números de cartões de crédito.
Apesar de ser tiozinho, Dan Verton sabe do que está falando. Repórter investigativo baseado em Washington, trabalha
para a "Computerworld" e a "Federal
Computer Week" e é um dos maiores especialistas em segurança on-line do
mundo.
Foi oficial de inteligência dos Marines
na crise da Bósnia-Herzegóvina e analista de imagens do serviço de inteligência
do Exército dos Estados Unidos. Hoje,
dá cursos de treinamento de pessoal tanto na CIA, a agência de inteligência do
governo norte-americano, quanto no
Pentágono.
(Como todo especialista, ele sabe da
"excelência" dos brasileiros no setor. Foi
Verton que fez a principal cobertura especializada do ataque que os tais Crime
Boys, do Brasil, fizeram ao site oficial da
Nasa no ano 2000.)
Em seu livro, são retratados sete garotos e uma menina. É justamente esta
uma das mais interessantes. Trata-se de
Anna Moore, 15 anos, também conhecida como Starla Pureheart, "um exemplo
acabado de sofisticação e comportamento ético", segundo Verton. Ela foi a primeira mulher a vencer o concurso anual
de hackers éticos Defcon.
Sim, há um concurso anual de hackers,
assim como há o código não-escrito que
exige que um deles, para que seja aceito
como tal, invada por cinco vezes numa
mesma semana um site considerado de
alta segurança, como se fosse o rito de
passagem de entrada nos Hell's Angels
ou na Máfia.
Há também a divisão restrita entre os
"white hats" (chapéus brancos), hackers
que trabalham com profissionais de segurança para ajudar a evitar o ataque de
outros hackers e principalmente de crackers, e os "black hats" (chapéus pretos),
que passaram para o lado negro da força.
A estrela do livro porém é o hoje mundialmente famoso MafiaBoy, adolescente canadense que no começo do ano 2000
conseguiu tirar do ar pela primeira vez os
sites da Amazon, CNN e Yahoo, entre
outros. A ele o autor reserva o maior espaço.
Varter teve acesso aos documentos da
Operação Claymore, na verdade vigílias
que a Polícia Montada do Canadá realizou em frente à casa do garoto, antes de
prendê-lo, quando acabou por desvendar sem querer até mesmo um improvável plano de assassinato que seu pai preparava.
O livro já está em 11 de cada dez sites
dedicados ao assunto e vem recebendo
boas resenhas de um público muito importante. "Eu fiquei realmente surpreso
ao ler e ver que os fatos estão corretos,
sem conter a visão sensacionalista que a
mídia tem da gente", escreve "Genocide"
(Genocide@Genocide2600.com).
Com ele concorda "Dawgyg"
(dawgyg@crackdealer.com), um dos oito perfilados: "Gostei pessoalmente. Para
variar, alguém publicou nosso ponto de
vista em vez de só o dos federais ou o dos
profissionais do meio".
Livro: "The Hacker Diaries - Confessions of
Teenage Hackers"
Autor: Dan Verton
Lançamento: McGraw-Hill/Osborne
Preço: US$ 24,99 (219 págs.)
Onde:www.amazon.com; www.bn.com
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