São Paulo, segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

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música

A bossa que saiu do frio

Grupo finlandês faz versão de clássicos da MPB e conquista fãs na longínqua Escandinávia

Minna Kurjenluoma/Divulgação
Lissu Lehtimaja, de branco, na rede, e os finlandeses da banda Maria Gasolina


DANIEL LISBOA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mopedi moi! Täältä tulee Maria Gasolina! Hein? Como? Pois é, para nós, brasileiros, o finlandês pode soar soar como uma língua extraterrestre. A distância entre os idiomas, entretanto, não impediu que uma banda de Helsinque, a capital finlandesa, fizesse sucesso criando versões nórdicas para canções de músicos brasileiros famosos.
Criada em 2001, a Maria Gasolina tem em seu álbum "Se Jokin" (aquele algo) desde clássicos da MPB até Ivete Sangalo.
A idéia de escutar "Baby", de Caetano Veloso, ou "Feijoada Completa", de Chico Buarque, em finlandês pode parecer um sacrilégio à primeira vista.
Afinal, o idioma é um dos mais isolados lingüisticamente do mundo, não tendo ligação sequer com outras línguas escandinavas, como o sueco e o norueguês.
Mas a banda conseguiu manter a musicalidade aveludada da MPB. Além disso, ao escutar as canções (confira no MySpace deles), é grande a tentação de concluir que a versão
Top 10
Criadora da Maria Gasolina, a vocalista Lissu Lehtimaja já esteve várias vezes no Brasil e se tornou uma grande admiradora de músicos locais. Ela contou ao Folhateen que o sucesso do grupo, que começou se apresentando em pequenos clubes do circuito alternativo de Helsinque, surpreendeu bastante os integrantes.
"A banda é uma coisa pequena e alternativa. Nós próprios lançamos o álbum, sem grandes gravadoras, sem marketing, sem nada. E, de repente, lojas de música do outro lado do país procuravam o disco". Algumas canções do "Se Jokin" chegaram a entrar no top 10 da Rádio Helsinki.
Sobre a fusão da cultura de seu país com a brasileira, Lissu defende o hibridismo cultural: "Eu acho que misturas são, muitas vezes, mais interessantes do que algo certinho e ortodoxo. Assim se passa alguma coisa para a frente ao mesmo tempo em que nasce algo novo. Nós, por exemplo, tocamos axé com um baterista que nunca ouviu axé. Fica até meio punk".
A Maria Gasolina planeja lançar seu segundo álbum neste ano, e Lissu espera um dia poder se apresentar em solo brasileiro. "A gente adoraria tocar no Brasil, só que custa muito mandar oito pessoas para o outro lado do mundo. Mas, se alguém por aí convidasse, pode ter certeza que a gente iria tocar aí!"


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