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música
A bossa que saiu do frio
Grupo finlandês faz versão de clássicos da MPB e conquista fãs na longínqua Escandinávia
Minna Kurjenluoma/Divulgação
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Lissu Lehtimaja, de branco, na rede, e os finlandeses da banda Maria Gasolina |
DANIEL LISBOA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mopedi moi! Täältä tulee Maria
Gasolina! Hein?
Como? Pois é,
para nós, brasileiros, o finlandês pode soar
soar como uma língua extraterrestre. A distância entre os
idiomas, entretanto, não impediu que uma banda de Helsinque, a capital finlandesa, fizesse
sucesso criando versões nórdicas para canções de músicos
brasileiros famosos.
Criada em 2001, a Maria Gasolina tem em seu álbum "Se
Jokin" (aquele algo) desde clássicos da MPB até Ivete Sangalo.
A idéia de escutar "Baby", de
Caetano Veloso, ou "Feijoada
Completa", de Chico Buarque,
em finlandês pode parecer um
sacrilégio à primeira vista.
Afinal, o idioma é um dos
mais isolados lingüisticamente
do mundo, não tendo ligação
sequer com outras línguas escandinavas, como o sueco e o
norueguês.
Mas a banda conseguiu manter a musicalidade aveludada
da MPB. Além disso, ao escutar
as canções (confira no MySpace deles), é grande a tentação
de concluir que a versão Top 10
Criadora da Maria Gasolina,
a vocalista Lissu Lehtimaja já
esteve várias vezes no Brasil e
se tornou uma grande admiradora de músicos locais. Ela contou ao Folhateen que o sucesso do grupo, que começou se
apresentando em pequenos
clubes do circuito alternativo
de Helsinque, surpreendeu
bastante os integrantes.
"A banda é uma coisa pequena e alternativa. Nós próprios
lançamos o álbum, sem grandes gravadoras, sem marketing, sem nada. E, de repente,
lojas de música do outro lado
do país procuravam o disco".
Algumas canções do "Se Jokin"
chegaram a entrar no top 10 da
Rádio Helsinki.
Sobre a fusão da cultura de
seu país com a brasileira, Lissu
defende o hibridismo cultural:
"Eu acho que misturas são,
muitas vezes, mais interessantes do que algo certinho e ortodoxo. Assim se passa alguma
coisa para a frente ao mesmo
tempo em que nasce algo novo.
Nós, por exemplo, tocamos axé
com um baterista que nunca
ouviu axé. Fica até meio punk".
A Maria Gasolina planeja
lançar seu segundo álbum neste ano, e Lissu espera um dia
poder se apresentar em solo
brasileiro. "A gente adoraria
tocar no Brasil, só que custa
muito mandar oito pessoas para o outro lado do mundo. Mas,
se alguém por aí convidasse,
pode ter certeza que a gente
iria tocar aí!"
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