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MÚSICA
Banda baiana de "nu-metal" toma emprestado o nome
do CD "Meteora", o maior sucesso da banda Linkin Park
Não é mera coincidência
DA REPORTAGEM LOCAL
Pense bem. Há no rock nacional atualmente algumas bandas que lembram
bastante o nu-metal de Linkin Park,
o punk pop do Green Day ou o pós-grunge
do Foo Fighters. Mas poucas delas assumem essas influências descaradas. Por
quê? Inspirar-se na música atual é um problema? Para esta banda baiana, que tomou
o nome do segundo CD do Linkin Park,
Meteora, definitivamente não. Soar como o
Linkin Park chega a ser uma honra.
"Acho que algumas bandas não querem
dizer que parecem com outras para não parecer modismo. Eu gosto de todo tipo de
rock, mas a minha influência é o som moderno, o nu-metal. Gosto muito de Linkin
Park, Limp Bizkit, System of a Down, gosto
de timbres modernos, não gosto muito de
timbres dos anos 70", diz o vocalista Fabio
Duarte, 25, que montou a banda no colégio,
mas só a retomou há dois anos e meio.
"Quando perguntam qual é o nosso estilo, digo que é nu-metal. E, se dizem que a
gente parece com o Linkin Park, é uma
honra, porque é uma banda que têm dois
dos CDs mais bem produzidos que eu já
ouvi. Então eu digo que a gente é nu-metal
pelos timbres que a gente usa, pelas concepções, samples e efeitos de piano e cordas. Se é parecido mesmo, eu não posso dizer. Quem tem que achar são as pessoas."
Segundo Fabio, engana-se quem pensa
que o fato de a banda usar o nome de um
álbum famoso no mundo todo ajude a
atrair público. "Ajuda a atrair preconceito,
às vezes. Na verdade, até mais preconceito.
É mais difícil conseguir a marca, porque
várias bandas podem querer esse nome, e o
povo pode estereotipar o grupo."
Então, por que correr o risco de ser tachado de "modinha"? Fabio explica que foi
uma questão de gosto. "O nome não tem
muito a ver com o lance de ser nu-metal.
Um dia peguei o CD do Linkin Park para
ouvir e pensei, "Meteora, que nome bonito".
Achei um nome expressivo. Mas poderia
ser o nome de um CD do Green Day."
O vocalista afirma que o Meteora não se
beneficiou diretamente com o "efeito
Pitty", ou seja, com o sucesso da cantora
baiana que fez o Brasil prestar atenção no
rock produzido na cena de Salvador.
"Depois de Pitty, o Brasil percebeu um
pouco que há rock em Salvador; até mesmo
aqui as pessoas começaram a notar mais.
Mas a cena rock sempre existiu. Depois de
Pitty não apareceram mais bandas, mas
elas começaram a chamar atenção. Isso pode ter dado alguma força ao rock, mas não
voltamos por causa dela", explica.
Um detalhe curioso, que não compromete o rock honesto tocado pelo grupo Meteora, é o selo pelo qual lança o disco de estréia,
"O Antes e o Depois". Na verdade, a curiosidade é sobre quem é a proprietária do selo
Caco de Telha: a rainha do axé, Ivete Sangalo, que apostou no nu-metal (!).
"A gente conhecia Ivete. Mostrei para ela
e para Jesus -seu empresário e irmão- a
música "Tá pra Nascer". Eles gostaram, gravamos em um estúdio melhor, e ele botou
para tocar no rádio em Salvador. Tivemos
muitos pedidos e gradativamente as coisas
foram acontecendo."
(LEANDRO FORTINO)
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