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saúde
Meninos só sabem que dói muito
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No colégio, Breno
Brick, 16, cansou
de ver meninas
chorando, indo para a enfermaria ou
voltando para casa. Tudo por
causa da cólica menstrual.
"Elas deixam de fazer um monte de coisa. Minhas amigas que
têm cólica falam que é tipo uma
pontada, como se uma agulha
ficasse entrando e saindo o
tempo todo", diz ele.
Embora seja um exemplar
compreensivo da espécie masculina, Breno acha que algumas
garotas "aumentam" o problema. "Sei que é por causa da
menstruação, mas as meninas
ficam chatas, irritadas, e às vezes elas dão uma exagerada. Se
brigam com o namorado, por
exemplo, dão a desculpa de que
estão com dor."
Pedro Garcia Carneiro, 16,
prefere nem começar uma briga quando a namorada está sofrendo com a cólica. "Nesses
dias, acho melhor deixá-la
quieta, sem passar por irritação. Não acho frescura, sei que
a dor dela é muito forte", diz
ele, que faz ponderações. "Não
sei se dá pra comparar, mas, pra
mim, não existe dor pior que
chute no saco."
De qualquer jeito, a cólica segue envolta em mistério, ao
menos a olhos masculinos.
"Não sei como é a dor, mas sei
que não é invenção", diz José
Augusto Abe, 17. "Minhas duas
irmãs têm TPM, a irritação antes de ficar menstruada, e cólica. Aí elas não fazem nada; ficam quietas, deitadas."
Para Tainá Laxe, 16, que começou a tomar anticoncepcionais depois que antiinflamatórios e relaxantes musculares falharam no combate à dor, é irritante ouvir que "cólica é frescura, tome remédio que passa".
"Muita gente fala isso. Mas,
muitas vezes, a dor não passa.
As pessoas não têm noção do
quanto dói", diz.
(DY)
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