UMA AMIGA que está saindo com um cara de 22 anos me ligou arrasada porque descobriu que o garoto teve sua primeira experiência com outro homem e seguia, aparentemente, em um novo relacionamento. Ela se sentia enganada e traída.
Outro amigo, que está ficando com um cara de 23 anos, me ligou bastante aborrecido porque soube que o garoto, depois de ter passado o fim de semana com ele, foi a uma festa, "pegou" duas garotas e ligou bêbado querendo saber por que meu amigo estava no cinema e não em casa.
Difícil essa vida emocional em tempos modernos, não? Como se adaptar a essa maior flexibilidade de hábitos e costumes?
Tudo bem se é com os outros. Todo o mundo tem amigos gays e bissexuais. Mas o que fazer quando o calo aperta no seu pé?
A gente já falou de dois assuntos que têm relação com essa história. Em primeiro lugar, as pessoas andam inseguras com os relacionamentos nos dias de hoje, já que muitos se conhecem na internet ou nas baladas e, nesses espaços, a impessoalidade pode reinar.
Assim, tanto faz com quem eu fico, desde que um mínimo de exigências seja atendido. Mas, se eu posso escolher dessa forma, a outra parte também pode. Como se sentir seguro no meio de tantas possibilidades?
Além disso, as pessoas andam muito focadas no próprio umbigo, sem se importar com o impacto que suas atitudes podem ter na vida emocional dos outros. É como se, nos relacionamentos, cada um adotasse uma ética própria, que não leva em conta o outro.
Tudo bem que as pessoas (principalmente os jovens) podem ter dúvidas e querer experimentar emoções diferentes. Garotos e garotas exploram mais seus desejos. Mas como a gente cuida de quem está com a gente? E se a história fosse o contrário? Não é melhor jogar limpo e deixar, na medida do possível, as questões mais claras?


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