São Paulo, segunda-feira, 26 de outubro de 2009

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INTERNETS

Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com

Política no palco

Sempre achei que mesa de bar fosse um bom lugar para discutir política. Mas discutir política em cima do palco de um bar de São Paulo, em pleno domingo de sol, com Fórmula 1 na cidade, parece receita para o fracasso. Mas não foi. Na semana passada o Studio SP (que fica no coração da rua Augusta) abriu as portas para um enorme debate sobre política, misturado com shows e microfone aberto.
O que poderia parecer uma roubada, ou mais uma prova de que jovens não se interessam por política, foi o contrário. Quase mil pessoas apareceram, entre garotos e garotas arrumados como se estivessem indo para a balada. Só que a atração era ouvir gente de opiniões diversas, como o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), a vereadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) e este colunista.
Aproveitei a oportunidade para levantar a questão da internet e da política. A rede vai ter um impacto grande nas eleições do ano que vem, especialmente por conta das LAN houses. O Brasil possui 2.200 salas de cinema, 2.600 livrarias e... 90 mil LAN houses. A maioria absoluta das cidades brasileiras não tem cinema nem livraria, mas tem LAN house. Elas são não só um lugar de acesso à rede, mas um novo tipo de espaço coletivo.
O outro tema foi a transparência. A rede permite cada vez mais enxergar o que se passa na vida dos políticos. Ela tem o potencial de criar um "big brother" às avessas, em que o cidadão pode espiar o que o político faz, aumentando a responsabilidade pública.
Mas no fim do debate, todo mundo concordou que os "upgrades" trazidos pela internet para o sistema político são só um passo adicional dos muitos que precisam ser dados. O aumento da transparência é positivo, mas é importante discutir o financiamento público de campanhas.
A rede aumenta o debate político, mas é preciso repensar o modelo de representatividade, com voto distrital, como lembrou Luiz Felipe d'Ávila no evento. São tarefas que vão além do que a internet pode fazer, por ora. Mas não tenho dúvidas de que também nisso ela pode ajudar.

MONITOR

JÁ ERA
Dizer que a internet vai destruir a indústria do livro

JÁ É
Dizer que internet vai ampliar a indústria do livro, comos livros digitais

JÁ VEM
Dizer que o Wal-Mart vai destruir a indústria dos livros vendendo "e-books" a US$ 9

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