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INTERNETS
Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com
Política no palco
Sempre achei que mesa de bar fosse um bom lugar
para discutir política. Mas discutir política em cima do palco de um bar de São Paulo, em pleno domingo de sol, com Fórmula 1 na cidade, parece receita
para o fracasso. Mas não foi. Na semana passada o Studio SP (que fica no coração da rua Augusta) abriu as portas para um enorme debate sobre política, misturado
com shows e microfone aberto.
O que poderia parecer uma roubada, ou mais uma
prova de que jovens não se interessam por política, foi o
contrário. Quase mil pessoas apareceram, entre garotos
e garotas arrumados como se estivessem indo para a balada. Só que a atração era ouvir gente de opiniões diversas, como o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), a vereadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) e este colunista.
Aproveitei a oportunidade para levantar a questão da
internet e da política. A rede vai ter um impacto grande
nas eleições do ano que vem, especialmente por conta
das LAN houses. O Brasil possui 2.200 salas de cinema,
2.600 livrarias e... 90 mil LAN houses. A maioria absoluta das cidades brasileiras não tem cinema nem livraria,
mas tem LAN house. Elas são não só um lugar de acesso
à rede, mas um novo tipo de espaço coletivo.
O outro tema foi a transparência. A rede permite cada
vez mais enxergar o que se passa na vida dos políticos.
Ela tem o potencial de criar um "big brother" às avessas,
em que o cidadão pode espiar o que o político faz, aumentando a responsabilidade pública.
Mas no fim do debate, todo mundo concordou que os
"upgrades" trazidos pela internet para o sistema político
são só um passo adicional dos muitos que precisam ser
dados. O aumento da transparência é positivo, mas é importante discutir o financiamento público de campanhas.
A rede aumenta o debate político, mas é preciso repensar o modelo de representatividade, com voto distrital,
como lembrou Luiz Felipe d'Ávila no evento. São tarefas
que vão além do que a internet pode fazer, por ora. Mas
não tenho dúvidas de que também nisso ela pode ajudar.
MONITOR
JÁ ERA
Dizer que a internet
vai destruir a
indústria do livro
JÁ É
Dizer que internet
vai ampliar a indústria
do livro, comos
livros digitais
JÁ VEM
Dizer que o Wal-Mart
vai destruir a indústria
dos livros vendendo
"e-books" a US$ 9
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