Não pensem que estou escrevendo esta coluna por acaso. Eu já nasci apaixonada por música. Os textos que vocês leem quinzenalmente, e adoram ou detestam, acontecem porque desejei. Acredito no que sonho e sinto que já aconteceu, e de repente me encontro vivendo o que havia imaginado. Isso quer dizer, obviamente, que o Universo não só curte a música que escrevo, mas que ouve meus discos com regularidade.
Uma pessoa que escreve uma coluna chamada "Na Estrada" precisa estar em movimento. Vou para longe para me sentir livre e então reclamo por me sentir abandonada. A sensação de abandono causa evolução. É somente verdadeira e, mesmo quando perturbadora, traz inspiração. Para uma escritora que precisa de novas ideias e de personagens fora do comum, nada mais natural do que ir parar em Hollywood, com um laptop em uma varanda na calçada da fama, assistindo aos passantes.
Muitas pessoas juntam dinheiro para caminhar por essa rua uma vez na vida e é aqui que estou morando por agora. Todos querem fazer parte da atualidade e parece que entendem isso como uma desculpa para atuar. É normal ser abordado na rua pelo Freddy Krueger, um mendigo que se diz o novo Michael Jackson ou uma senhora que dança até o chão e rebola em volta de uma árvore para ganhar um trocado e levar seu sonho adiante.
Na semana passada, fotografei meu novo homem em frente a um hotel horroroso batizado em homenagem ao autor que William Faulkner considerou o primeiro escritor verdadeiramente americano, e a quem Ernest Hemingway acha que devemos a literatura americana. Mark Twain, autor de "Huckleberry Finn" e "As Aventuras de Tom Sawyer", disse que daqui a vinte anos ficaremos muito mais desapontados com as coisas que não fizemos do que com o que fizemos. Ele nos recomenda navegar para longe do que é seguro. Explorar, sonhar, descobrir. É o que a cidade de Los Angeles nos inspira.
Tentei descobrir durante este texto o que quero dizer para vocês hoje. A mensagem é simples: estão mesmo dispostos a realizar seus sonhos? Então comecem agora e sintam que já estão lá. O que vão desejar para o ano que vem? Eu desejo que meu conto os inspire ambição.



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