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02 NEURÔNIO
>> Jô Hallack >>Nina Lemos >> Raq Affonso
02neuronio@uol.com.br
http://02neuronio.blog.uol.com.br/
Carinho virtual não vale
QUANDO A GENTE pensava que já tinha
chegado ao auge do relacionamento
virtual (sim, hoje as pessoas fazem sexo por webcam), mais uma bizarrice
aparece. Um laboratório de tecnologia está
procurando casais que mantêm relacionamentos de longa distância para testar um
aparelho que possibilita "intimidade" para
quem está separado por milhas e milhas.
Bem, achávamos que isso já era possível
usando o telefone ou mandando qualquer
mensagem que comece com "baby", por
SMS. Mas, não. Eles criaram um aparelho
chamado Mutsugoto, que permite que os casais desenhem
com fachos de luz sobre os corpos dos parceiros. Segundo
eles, isso vai ser muito gostoso, tipo como se você recebesse
um carinho de verdade.
Podemos ser vintage, mas ainda preferimos carinho com
mãos, braços e bocas. O máximo que nos permitimos é usar
aquele aparelho natureba que serve para você fazer cafuné
em sua própria cabeça, batizado pela Jô de "cafunator". E
até esse artefato já foi abandonado por este trio. Isso porque
uma de nós sonhou com o "cafunator" e acordou deprimida,
é claro.
Mas já que o Distance Lab (o tal laboratório inglês) está
tão preocupado com relacionamentos e carência, achamos
que eles também podem lançar:
- Serviço de chamadas telefônicas com a voz de um ex-namorado (ou de um pretê casual) com frases fofas: esse serviço pode ser usado naqueles dias em que o telefone não toca.
E é sexta-feira de noite. E você pensa em todos os casais juntos na rua e tem vontade de morrer.
- Cobertor que dê a sensação de dormir de conchinha:
uma espécie de edredom que te abraça e faz carinho.
- Pé mecânico: uma das melhores coisas de dormir com
alguém é encostar os pés.
Esse seria um pé quentinho, que traria a ilusão de
não estar dormindo sozinha.
Mas, pensando bem, não
queremos nada disso. Imagina acordar e perceber
que os carinhos eram fachos de luz, que o abraço
era do edredom e que o pé
era falso? Seria deprê. Mais
vale abraçar a solidão e
aceitar sua existência. Por
pior que seja. E nem é tão
ruim. Antes só do que mal
acompanhadas, lembram?
Momento de histeria
Não quero cafuné de cafunator
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