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MÚSICA
Mostra "Punk 30 Anos" reúne um pouco da história do movimento que até hoje influencia a cultura pop e o comportamento dos jovens
Sem futuro
Divulgação
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Cartaz do filme inglês "Jubilee" do diretor britânico Derek Jarman, feito em 1977 |
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo quase 30 anos depois do primeiro show dos Sex Pistols, em
novembro de 1975, o movimento
punk não ficou jogado em um canto preto
alfinetado da memória.
Seja no som distorcido de bandas como
Nirvana ou Offspring, ou em filmes como o
clássico "Blade Runner", a herança punk
está presente na música ou na linguagem
visual, com climão de "no future" ("sem futuro") -a expressão, aliás, vem da música
"God Save the Queen", dos Sex Pistols.
Numa espécie de retrospectiva do punk,
a exposição "Punk 30 Anos" acontece entre
os dias 5 e 17 de julho, no Centro Cultural
Banco do Brasil de São Paulo. Antes, fica no
CCBB do Rio, de amanhã a 7 de julho, e, depois, vai para Brasília -de 12 a 20 de julho.
Organizada pelo colunista da Folha André Fischer, a mostra passa pelos esgotos de
Nova York, permeia os becos de Londres e
desemboca na periferia de São Paulo, com
shows, debates, onze documentários e filmes de ficção. Há também seis gravações
raras de shows que variam de formato entre película, DVD e VHS, com grupos como
The Jam e Dead Kennedys.
"Poucas coisas hoje não têm algo de punk
ou pós-punk incorporadas. Essa coisa do
"no future", de fim de mundo, foi a partir do
punk e influenciou o pensamento de hoje.
A idéia da mostra começou com filmes e
documentários de época e de umas coisas
brasileiras, principalmente de São Paulo.
Mas aí vieram os shows, que vão ser dez no
total", diz Fischer.
Na programação, há filmes como o cultuado "Rude Boy", sobre um adolescente
desempregado na Inglaterra que acompanha a banda The Clash em seus shows. O
filme é um registro histórico do grupo.
"Blank Generation" é outro destaque, em
que a cena punk-new wave de Nova York se
constrói com imagens de grupos como Talking Heads, Ramones e Television.
O VHS brasileiro "O Começo do Fim do
Mundo" marca a cena nacional. De autoria
desconhecida, o documentário de 1982
mostra dois dias de shows tensos no Sesc
Pompéia, em São Paulo, com a participação
de bandas como Ratos do Porão, Inocentes
e Cólera.
A estética acorrentada está presente na
programação visual da mostra, feita pela
artista plástica Dora Longo Bahia, que,
aliás, também se apresenta como baixista
da banda Vera Fisher. As Mercenárias, outra banda formada só por mulheres, durante os anos 80, também vão fazer soar seus
acordes na mostra.(LUCRECIA ZAPPI)
PUNK 30 ANOS. Mostra com shows, documentários, filmes de ficção e debates sobre o movimento punk. Quando: de 5 a 17 de julho. Onde:
Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, centro, tel. 0/xx/11/ 3113-3651). Gratuito. www.punk30anos.com.br.
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