São Paulo, segunda-feira, 27 de junho de 2005

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MÚSICA

Mostra "Punk 30 Anos" reúne um pouco da história do movimento que até hoje influencia a cultura pop e o comportamento dos jovens

Sem futuro

Divulgação
Cartaz do filme inglês "Jubilee" do diretor britânico Derek Jarman, feito em 1977


DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo quase 30 anos depois do primeiro show dos Sex Pistols, em novembro de 1975, o movimento punk não ficou jogado em um canto preto alfinetado da memória.
Seja no som distorcido de bandas como Nirvana ou Offspring, ou em filmes como o clássico "Blade Runner", a herança punk está presente na música ou na linguagem visual, com climão de "no future" ("sem futuro") -a expressão, aliás, vem da música "God Save the Queen", dos Sex Pistols.
Numa espécie de retrospectiva do punk, a exposição "Punk 30 Anos" acontece entre os dias 5 e 17 de julho, no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo. Antes, fica no CCBB do Rio, de amanhã a 7 de julho, e, depois, vai para Brasília -de 12 a 20 de julho.
Organizada pelo colunista da Folha André Fischer, a mostra passa pelos esgotos de Nova York, permeia os becos de Londres e desemboca na periferia de São Paulo, com shows, debates, onze documentários e filmes de ficção. Há também seis gravações raras de shows que variam de formato entre película, DVD e VHS, com grupos como The Jam e Dead Kennedys.
"Poucas coisas hoje não têm algo de punk ou pós-punk incorporadas. Essa coisa do "no future", de fim de mundo, foi a partir do punk e influenciou o pensamento de hoje. A idéia da mostra começou com filmes e documentários de época e de umas coisas brasileiras, principalmente de São Paulo. Mas aí vieram os shows, que vão ser dez no total", diz Fischer.
Na programação, há filmes como o cultuado "Rude Boy", sobre um adolescente desempregado na Inglaterra que acompanha a banda The Clash em seus shows. O filme é um registro histórico do grupo. "Blank Generation" é outro destaque, em que a cena punk-new wave de Nova York se constrói com imagens de grupos como Talking Heads, Ramones e Television.
O VHS brasileiro "O Começo do Fim do Mundo" marca a cena nacional. De autoria desconhecida, o documentário de 1982 mostra dois dias de shows tensos no Sesc Pompéia, em São Paulo, com a participação de bandas como Ratos do Porão, Inocentes e Cólera.
A estética acorrentada está presente na programação visual da mostra, feita pela artista plástica Dora Longo Bahia, que, aliás, também se apresenta como baixista da banda Vera Fisher. As Mercenárias, outra banda formada só por mulheres, durante os anos 80, também vão fazer soar seus acordes na mostra.(LUCRECIA ZAPPI)


PUNK 30 ANOS. Mostra com shows, documentários, filmes de ficção e debates sobre o movimento punk. Quando: de 5 a 17 de julho. Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, centro, tel. 0/xx/11/ 3113-3651). Gratuito. www.punk30anos.com.br.

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