|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2004
Os quatro principais candidatos à Prefeitura de São Paulo contam para o Folhateen as prioridades para o jovem em seus projetos
O que eles pretendem para vocês
LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL
Nesta semana, a disputa pela Prefeitura de São Paulo chega à reta final.
E você não vai ficar de fora dos futuros planos dos quatros candidatos que lideram as pesquisas de voto para o cargo de
governante da maior cidade do país. Mas o
que de fato eles pretendem para você?
O Folhateen enviou um questionário
com perguntas idênticas para José Serra
(PSDB), Marta Suplicy (PT), Paulo Maluf
(PP) e Luiza Erundina (PSB) para saber as
prioridades que esses candidatos darão aos
jovens de São Paulo.
Serra e Marta, líderes das intenções de voto, dizem que vão priorizar a cultura para o
jovem. O candidato do PSDB quer criar o
Festival Mundial da Cultura Jovem, que,
segundo ele, "terá atrações musicais, culturais e multimídia, com novas opções de lazer, e colocará a cultura como instrumento
gerador de empregos, atraindo turistas e
movimentando a cidade".
Marta, atual prefeita, afirma que continuará a investir na Coordenadoria da Juventude, com eventos e projetos de hip
hop, grafite, rock, música eletrônica e skate
e que investirá na "recuperação e revitalização de parques, praças, áreas de lazer, teatros distritais e edifícios de importância
histórica, criando novas opções de lazer e
convivência". Já Maluf diz que o jovem inserido no mercado de trabalho é uma prioridade nos seus planos, tanto para quem
concluiu os estudos como para quem não
terminou. "O jovem, na maioria das vezes,
quando não consegue onde trabalhar, acaba encontrando outros caminhos mais sedutores, mas fora da lei, para viver."
Já Erundina vê o jovem engajado e politizado. "Pretendemos mobilizá-los para a reflexão e discussão do Estatuto da Criança e
do Adolescente, incentivando ainda debates de políticas de gênero e sexualidade,
problemas de drogas e alcoolismo, divulgar
e defender seus direitos."
Como pretende solucionar o problema do primeiro emprego para os jovens?
SERRA -
A Prefeitura vai fazer parceria
com o Estado para ampliar o programa estadual Jovem Cidadão, no qual o governo
estadual oferece estágio remunerado para
estudantes da escola pública. Para incentivar as empresas a contratar jovens, o governo paga metade do estágio. Com a participação da prefeitura, vai crescer ainda mais.
MARTA -
Dezenas de milhares de jovens
já contam com programas sociais que evitam que ele abandone a escola. Esses programas serão ampliados. O Bolsa-Trabalho, por exemplo, além de garantir renda
mensal para quem ainda cursa o ensino
médio, garante para quem já concluiu essa
etapa de ensino a capacitação profissional.
MALUF -
A idéia é criar subsídios destinados às empresas que criem vagas para os
jovens, em todas as faixas da população.
Justamente sem demitir empregados que já
trabalhem nessas empresas só para absorver a mão-de-obra que está chegando ao
mercado. Os subsídios, é claro, serão proporcionais a cada vaga de trabalho criada.
ERUNDINA -
A prefeitura integrará cursos técnicos e profissionalizantes nas escolas de ensino fundamental e médio com políticas para o primeiro emprego. Conceder incentivos fiscais para empresas que ofereçam vagas para a juventude iniciar sua vida, tudo controlado, analisado e balanceado para não tirar emprego de adultos.
Pretende mudar o horário de funcionamento de bares e casas noturnas? Permitirá o consumo de álcool nas calçadas?
SERRA -
Por um lado, é inegável que, em
locais onde foi adotada a restrição de horários para funcionamento de bares, houve
redução dos números de homicídios. Por
outro, o funcionamento 24 horas da cidade
é importante para estimular o turismo e
oferecer opções de divertimento para os jovens. As decisões não podem ser tomadas
de forma indiscriminada e igual. Se for
constatado que, em algumas regiões, o número de homicídios está ligado ao alcoolismo, então os bares naqueles pontos podem
sofrer restrições de horário. Mas é preciso
usar o bom senso. Em áreas da cidade onde
o importante é a diversão noturna, é necessário haver mais flexibilidade.
MARTA -
Não se pode impedir os jovens
de terem acesso à diversão, por isso não
pensamos em mudar o horário de funcionamento de bares e casas noturnas. O que
queremos fazer é melhorar ainda mais a fiscalização para que as pessoas possam se divertir sem impedir os vizinhos de dormirem em paz. Há leis para garantir o funcionamento dos bares e casas noturnas de forma a não incomodar quem mora perto.
Acredito que a prefeitura precisa garantir
as liberdades individuais de todos os cidadãos. Quanto ao consumo de álcool nas
calçadas, não há lei que proíba isso, e cabe à
polícia coibir qualquer problema ocasionado por quem bebeu demais ou não.
MALUF -
O horário de funcionamento
de casas noturnas depende de vários fatores. Do tipo de casa noturna, de em que
áreas da cidade elas estão estabelecidas, do
cumprimento daquilo que está estabelecido na lei. É um assunto para ser viabilizado
depois da posse do prefeito. Uma coisa porém é certa: a fiscalização dos estabelecimentos que os jovens freqüentam será rigorosa e exemplar. Estabelecimentos que
sirvam álcool nas calçadas, nem pensar.
ERUNDINA -
Combater a violência não
é apenas uma questão de estabelecer horário de bares e casas noturnas. Aliás, já existe
legislação sobre isso, que pretendemos fiscalizar e fazer cumprir, coibindo o consumo de álcool por menores, seja em ambientes fechados ou nas ruas. Nossa ação contra
a violência urbana será baseada no Sistema
Integrado de Segurança que pretendemos
implantar, com unificação de esforços da
PM, policiais civis, guardas metropolitanos
e segurança privada. Nossa atuação será intersecretarial, construindo-se programas
que tratem a violência e a criminalidade de
forma multifocal e multicausal. A prioridade será o atendimento junto à família.
Há no seu programa de governo a criação de campanhas de orientação quanto a consumo de drogas, bebidas alcoólicas e sobre a sexualidade?
SERRA -
Darei especial atenção à prevenção, sobretudo quanto a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs, o que inclui Aids), e a programas de prevenção de
gravidez precoce. Além desses, também a
programas de apoio e prevenção ao uso de
drogas. Vale lembrar a batalha no combate
ao tabagismo, com a proibição de apelos
publicitários, e advertências quanto aos
prejuízos do fumo. Esses programas serão
conduzidos em parceria com universidades, redes públicas de saúde e ONGs que
trabalham com juventude para que os próprios jovens sejam protagonistas, colaborem com sugestões e ajudem a divulgar as
idéias entre colegas e amigos.
MARTA -
As campanhas já existem e são
conduzidas pelas secretarias de Saúde,
Educação e pela Coordenadoria da Juventude. Daremos continuidade a elas numa
próxima gestão. Por exemplo, a campanha
de conscientização contra o vírus da Aids e
as doenças sexualmente transmissíveis deram muito resultado. Os casos de HIV diminuíram 17%. A distribuição de preservativos aumentou de 1 milhão, em 2001, para
10 milhões, em 2003. Houve treinamento
de médicos e obstetras para lidarem com os
casos de pessoas infectadas. Também foi
feito programa de planejamento familiar,
disponibilizando métodos contraceptivos
em toda a rede básica de saúde.
MALUF -
Campanhas contra drogas, bebidas alcóolicas e sobre sexualidade sempre serão feitas. Mas campanhas, mesmo
em grande quantidade, servem apenas para enriquecer publicitários. É preciso ir
adiante. Não adianta apenas desejar que os
jovens não façam sexo. Isso é como o avestruz, que enterra a cabeça no chão para não
ver o que se passa em volta. É melhor prevenir, explicando aos jovens as precauções
que devem ser tomadas, no sentido de que
o sexo seja feito com segurança, não apenas
para impedir gravidez indesejável mas
também doenças perigosas ou mortais, como a Aids. Enfim, com os jovens, sem trocadilho, não adianta pensar velho.
ERUNDINA -
Pretendemos implantar
programas nesse sentido junto à rede municipal de ensino, dentro do currículo do
processo educacional, tratando também
das questões de doenças sexualmente
transmissíveis. É importante estabelecer
também parcerias com grêmios estudantis,
associação de bairros e escolas em geral,
promover atividades culturais, teatro e discussões em torno dessa temática, criando
ainda centros de recuperação e orientação.
O importante é fazer com que o jovem não
se sinta abandonado.
Texto Anterior: 02 neurônio: Questionário para o amor Próximo Texto: Música: Cinqüenta centavos Índice
|