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teatro
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Adolescentes escrevem peça que estréia no
próximo sábado
JULIANA CALDERARI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"Mãeêêê, fala
pra Natasha
pegar o controle pra
mim que eu
tô doente." Até quem é filho
único já teve a oportunidade de
testemunhar a cena ao menos
uma vez. Esse e outros episódios do cotidiano adolescente
são representados na peça "Yoga É Química", que estréia no
próximo sábado, no pequeno
teatro da Indac, escola de atores na Vila Madalena.
"É uma peça feita por adolescentes para adolescentes", afirma Lara Maria Manesco, 15,
uma das atrizes do elenco. O
texto foi criado com base nas
improvisações feitas pelos sete
alunos, com idades entre 15 e 17
anos, durante as aulas do curso.
As músicas também foram
escolhidas por eles. Na trilha
sonora, hits da MTV, como os
de Black Eyed Peas e de Avril
Lavigne, se misturam a sucessos da época de seus pais, como
os da banda Ultraje a Rigor.
"É muito real. Não é forçado
como alguns espetáculos adolescentes que são cheios de expressões como "Aí, truta'!", diz
Bruna Marra, 15. Mesmo não
usando a palavra "truta" nenhuma vez, as falas são repletas
de outras gírias e palavrões.
Para reduzir sua quantidade
e mantê-los em um contexto,
foi preciso a ajuda do diretor
André Correa. "É, ele teve que
enxugar", admite Bruna.
Os assuntos abordados na
peça, porém, não sofreram interferência, segundo os adolescentes. Sexo, drogas, baladas e
até os inconvenientes gases intestinais são alguns deles, abordados sempre em um tom de
deboche. Há casos em que os
protagonistas passaram por situações idênticas ou parecidas
com o que se vê no palco.
"A primeira cena aconteceu
com um amigo meu que contou
que era gay", revela Gabriel Lima, 15. A recepção do ouvinte
não foi exatamente boa.
Já na cena em que o homossexualismo feminino é abordado, como também acontece na
realidade, as garotas são mais
compreensivas.
Durante a hora de duração do
espetáculo, os garotos e garotas, vestidos com jeans e camisetas preta ou cor-de-rosa,
usam seus nomes verdadeiros.
Em alguns momentos, as falas
parecem ter sentido apenas para quem as pronuncia, como é o
caso do título. "A peça usa uma
linguagem diferente, baseada
no Stalina... como é mesmo o
nome dele?", pergunta-se Lara.
Ela queria dizer Constantin
Stanislavski , que acreditava
que os atores deveriam comportar-se no palco de maneira
parecida com a vida real, como
acontece em "Yoga É Química".
YOGA É QUÍMICA (Indac: rua
Américo Jacomino, 63, Vila
Madalena, tel. 0/xx/11/
8862-0947. De 1º a 16/11,
aos sábados e domingos às
20h; grátis -retirar ingressos com uma hora de antecedência; 14 anos)
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