São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 2008

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teatro

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Adolescentes escrevem peça que estréia no próximo sábado

JULIANA CALDERARI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Mãeêêê, fala pra Natasha pegar o controle pra mim que eu tô doente." Até quem é filho único já teve a oportunidade de testemunhar a cena ao menos uma vez. Esse e outros episódios do cotidiano adolescente são representados na peça "Yoga É Química", que estréia no próximo sábado, no pequeno teatro da Indac, escola de atores na Vila Madalena.
"É uma peça feita por adolescentes para adolescentes", afirma Lara Maria Manesco, 15, uma das atrizes do elenco. O texto foi criado com base nas improvisações feitas pelos sete alunos, com idades entre 15 e 17 anos, durante as aulas do curso.
As músicas também foram escolhidas por eles. Na trilha sonora, hits da MTV, como os de Black Eyed Peas e de Avril Lavigne, se misturam a sucessos da época de seus pais, como os da banda Ultraje a Rigor.
"É muito real. Não é forçado como alguns espetáculos adolescentes que são cheios de expressões como "Aí, truta'!", diz Bruna Marra, 15. Mesmo não usando a palavra "truta" nenhuma vez, as falas são repletas de outras gírias e palavrões.
Para reduzir sua quantidade e mantê-los em um contexto, foi preciso a ajuda do diretor André Correa. "É, ele teve que enxugar", admite Bruna.
Os assuntos abordados na peça, porém, não sofreram interferência, segundo os adolescentes. Sexo, drogas, baladas e até os inconvenientes gases intestinais são alguns deles, abordados sempre em um tom de deboche. Há casos em que os protagonistas passaram por situações idênticas ou parecidas com o que se vê no palco.
"A primeira cena aconteceu com um amigo meu que contou que era gay", revela Gabriel Lima, 15. A recepção do ouvinte não foi exatamente boa.
Já na cena em que o homossexualismo feminino é abordado, como também acontece na realidade, as garotas são mais compreensivas.
Durante a hora de duração do espetáculo, os garotos e garotas, vestidos com jeans e camisetas preta ou cor-de-rosa, usam seus nomes verdadeiros. Em alguns momentos, as falas parecem ter sentido apenas para quem as pronuncia, como é o caso do título. "A peça usa uma linguagem diferente, baseada no Stalina... como é mesmo o nome dele?", pergunta-se Lara.
Ela queria dizer Constantin Stanislavski , que acreditava que os atores deveriam comportar-se no palco de maneira parecida com a vida real, como acontece em "Yoga É Química".


YOGA É QUÍMICA (Indac: rua Américo Jacomino, 63, Vila Madalena, tel. 0/xx/11/ 8862-0947. De 1º a 16/11, aos sábados e domingos às 20h; grátis -retirar ingressos com uma hora de antecedência; 14 anos)


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