São Paulo, segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

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música

As ramones francesas

Conheça o rock fashion da banda mega-hypada Plastiscines; em entrevista, a guitarrista Marine Neully diz que quer tocar com o CSS

ALAN DE FARIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Sensação da nova cena do rock francês, a banda Plastiscines, formada por Katty Besnard, Marine Neully, Louise Basilien e Anais Vanderyvere, tem chamado a atenção de revistas de música e de moda.
Antenadas com as tendências do mundo fashion e do rock atual, elas, no ano passado, lançaram o álbum "LP1" (ainda inédito no Brasil), no qual mostram vigor em rápidas canções de punk rock, cantadas em inglês e francês. Ramones, Strokes e White Stripes influenciam o som das garotas de apenas 20 anos -Anais tem 19.
O grupo faria uma apresentação especial na última São Paulo Fashion Week (SPFW), mas o show foi cancelado. "Estamos com muita vontade tocar no Brasil. Talvez você possa nos convidar para tocar com o CSS (Cansei de Ser Sexy)", disse a guitarrista Marine Neully, em entrevista exclusiva ao Folhateen por e-mail. Leia trechos a seguir:

 

FOLHA - Depois de assinar com a gravadora Virgin e lançar o álbum "LP1", a Plastiscines foi destaque em várias revistas. Você acha que foi muito rápida a ascensão da banda?
MARINE NEULLY
- Sim! A banda surgiu no final de 2003, fizemos o nosso show dois meses depois e, de repente, a mídia passou a se interessar pela gente. Era estranho, porque nem tínhamos "demos" gravadas ainda! Participamos de uma coletânea ("Paris Calling") com outras bandas francesas e, em fevereiro de 2007, lançamos o nosso primeiro álbum.

FOLHA - A banda é considerada hypada hoje em dia. No entanto, com a internet, várias bandas aparecem e somem rapidamente. Temem deixar de estar "na moda"?
MARINE
- É algo do qual não temos controle! Temos consciência de que o hype da banda pode acabar tão rápido como surgiu. Mas não nos preocupamos em ser "hype", apenas queremos viver de música.

FOLHA - Ao ler algumas matérias sobre o Plastiscines, percebe-se que, na França, há um sentimento de amor ou ódio em relação à banda. Isso é verdade?
MARINE
- Se você está no "underground", todo mundo te ama porque é "hype". Quando assina com uma grande gravadora, muitos preferem pensar que você é uma banda vendida. Enfim, nós não ligamos muito.

FOLHA - Em "LP1", há músicas em inglês e em francês. Por que decidiram escrever e cantar músicas em inglês?
MARINE
- Boa parte de nossas influências é de bandas americanas. Então, é mais fácil, para nós, escrever em inglês. Mas também queremos cantar na nossa própria língua. O mais engraçado é que matérias publicadas nos EUA sobre a gente têm comentado sobre nossas músicas em francês!

FOLHA - Há muitas reportagens sobre o Plastiscines em revistas de moda. O quanto a moda as influencia?
MARINE
- Nós gostamos bastante de nosso estilo. Desde o começo da banda, vestíamos roupas mais antigas, de nossos pais, como o jeans 501, botas vintage e camisetas listradas... no colégio, todo mundo nos olhava como se fôssemos zumbis! O modo como nós nos vestimos está ligado com a nossa música. Rock'n roll é fashion!

FOLHA - O que você pensa da atual cena de rock francês? Existem realmente muitas bandas aparecendo?
MARINE
- Há muitas bandas jovens em Paris e em outras cidades da França. Estar em uma banda se tornou "hype". O problema é que muitas das bandas estão apenas copiando o Libertines ou o Strokes!

FOLHA - É verdade que a idéia de criar a banda surgiu depois de vocês assistirem a um show do Libertines?
MARINE
- Na verdade, nós encontramos a nossa baixista, Louise [Basilien], em um show do Libertines, em Paris, mas a banda já havia sido criada dois meses antes.

FOLHA - Conhecem alguma banda brasileira?
MARINE
- Nós conhecemos o CSS (Cansei de Ser Sexy) e gostamos bastante da banda! Assisti a dois shows deles no ano passado. Inclusive, íamos tocar com o CSS em um festival no ano passado, mas não foi possível, infelizmente.

FOLHA - Vocês fariam um show no Brasil neste mês, mas rolou. Há planos de tocar por aqui?
MARINE
- Ainda estamos tristes com o fato de o show ter sido cancelado. Estamos com muita vontade de tocar no Brasil. Talvez você possa nos convidar para tocar com o CSS.


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