São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

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Pé na tábua

PILOTOS BRASILEIROS TENTAM A SORTE NA TEMPORADA 2011 DO CIRCUITO INGLÊS DE FÓRMULA 3

DE SÃO PAULO

Jovens pilotos estão tentando começar o ano com o pé direito. No acelerador.
Essa galera partiu para a Inglaterra neste fim de mês para participar dos primeiros treinos da Fórmula 3 inglesa.
Entre os 19 pilotos confirmados para 2011, cinco são brasileiros. Eles esperam seguir o exemplo de ídolos como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna, que fizeram carreira na F3 antes de migrar para a F1.
"A F3 é a alavanca para a F1. Tem tradição e é bem cotada", diz Pipo Derani, 17.
O garoto estreou na carreira de piloto aos nove anos, no kart. Desde então, se acostumou a fazer sacrifícios pelo pódio. "Eu sempre saía do colégio e ia treinar", conta.
O treino é necessário não só na pista mas também na academia. Pipo malha todos os dias, focando músculos específicos para as corridas, como pescoço e braços.
Nessa maratona rumo à vitória, os estudos somem de vista. "Preciso focar primeiro a corrida", diz o piloto, que terminou o ensino médio e não tem planos de ir à universidade no curto prazo.
O duro é se preparar tanto e ter de lidar com derrotas inesperadas. O motor de Pipo, por exemplo, tirou ele do F3 Brazil Open, no mês passado, após apresentar falhas.
"Tento não me estressar. É uma máquina, e pode quebrar", diz. "Procuro ser frio, mas é difícil aceitar perdas."

COMPETITIVO
O vencedor da prova foi Lucas Foresti, 18, que também vai correr na Inglaterra.
Lucas já competiu nesse circuito, no ano passado. Ficou em 13º. "Nunca tinha corrido naquelas pistas. Agora, tenho de ir melhor", diz.
Lucas corre com patrocínio, o que ajuda a família a pagar "boa parte" dos custos do esporte. Um ano na F3 inglesa pode sair por 650 mil libras (cerca de R$ 1,7 milhão).
O patrocínio de Fernando Resende, 17, cobre 95% dos custos dele na temporada da F3 latino-americana. A meta do rapaz é concorrer na modalidade inglesa em 2012.
Os altos investimentos são acompanhados da pressão pelo pódio. "Você tem de representar bem o patrocinador, a equipe e a família", diz Fernando. "Converso com meu pai, ele me tranquiliza."
A expectativa é de que os pilotos brasileiros se saiam bem na temporada, como de costume. O país detém o maior número de troféus, atrás apenas da Inglaterra.
"Levamos os brasileiros a sério!", diz Lisa Crampton, da organização do evento. (DIOGO BERCITO)


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