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folhateen explica
Português e matemática são problemáticos para a maioria dos alunos
Avaliação da educação básica desnuda a carência do ensino
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A maioria dos alunos brasileiros que conseguem chegar à 8ª série ou ao último ano do ensino médio é incapaz de interpretar um texto de jornal ou uma poesia mais complexa.
Além disso, não consegue resolver problemas
matemáticos com duas incógnitas ou desenvolver operações com figuras geométricas.
Isso, traduzido em números, significa que
64,76% dos alunos da 8ª série e 52,54% dos
que estão no último ano do ensino médio ficaram no nível "intermediário" de conhecimento em língua portuguesa. Quando se trata
de matemática, a situação é pior: 51,71% dos
estudantes da 8ª série e 62,6% dos que cursam
o 3º ano do ensino médio estão na categoria
"crítica" -um degrau abaixo.
Esses dados são parte de uma nova análise
feita com base nos números do Saeb 2001. O
Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Básica, feito a cada dois anos, é considerado o
mais importante exame do Ministério da
Educação para avaliar a qualidade da educação. Participam alunos da 4ª e da 8ª série, além dos do 3º ano do ensino médio.
Englobando escolas públicas e particulares,
o Saeb mostra não só diferenças regionais
-que colocam o Norte e o Nordeste como as
regiões com pior qualidade de ensino- como sociais. Dos estudantes na 8ª série que se encaixam no conceito "muito crítico", 98%
estão na rede pública e 48% declararam que
trabalham. Por outro lado, entre os que tem
uma formação considerada "adequada" para
a série, 60% estudam em escolas particulares e
apenas 7% trabalham.
Na semana passada, em discurso sobre educação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que uma pessoa que nasce em local com
"guia, sarjeta e asfalto não tem a dimensão do
valor do asfalto numa periferia, quando o trabalhador precisa sair descalço, pisando em barro vermelho para pegar o ônibus". "Quando coloca uma simples guia, aquilo vira um milagre", afirmou Lula em solenidade na
Confederação Nacional da Indústria, ao lado
do ministro Cristovam Buarque (Educação).
A frase do presidente pode ser adaptada ao
ensino. Um jovem que acessa a internet em
casa, vai ao cinema e pode comprar histórias
em quadrinhos, não deve ter a dimensão do
valor da leitura de um simples bilhete para
uma criança com dificuldade de aprendizado.
Colocar as crianças na escola, fazer com que
elas aprendam de verdade, distribuir livros e
alimentação adequada podem virar "um milagre". É quase isso que o governo Lula terá de fazer para conseguir chegar à "escola ideal".
Divulgada por Cristovam, prevê, entre outros,
professor motivado e toda criança alfabetizada até os dez anos de idade até 2006.
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