São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2004

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MODA

Ausência de celebridades e decoração sofrível foram o comentário fora das passarelas da São Paulo Fashion Week

Sem glamour

LUIZA TERPINS
ESPECIAL PARA A FOLHA

A 17ª edição da São Paulo Fashion Week, que rolou entre os dias 16 e 22 de junho, foi marcada por algumas novidades. Dentre as 46 confecções programadas, algumas optaram por mostrar suas criações fora da Bienal. Foi o caso do estilista Caio Gobbi, que instalou sua coleção no Hotel Lycra, famoso por hospedar moda e gastronomia, e de Lorenzo Merlino, que escolheu a escola Liceu Pasteur para desfilar seus modelos, inspirados nas manifestações religiosas em salas de aula.
Outra novidade foi a estréia de marcas, como a espanhola Custo Barcelona, a primeira grife européia a participar da SPFW, Raia de Goeye, Isabela Capeto, o estilista Carlos Tufvesson e a VR Menswear.
Sendo essa a edição que apresenta as tendências do verão 2005, é claro que não poderiam faltar as grifes de moda praia: Água de Coco, Água Doce, Cia. Marítima, Movimento, Rosa Chá e Sais. Seus desfiles só provaram que, em se tratando de mar, sol, calor e muito charme nas areias e piscinas, o Brasil é o número 1 das passarelas.
O desfile da Cia. Marítima foi um dos mais comentados, não só pelos biquínis e maiôs, mas pela presença do jogador Ronaldo. A Água de Coco retratou o paraíso tropical, a fauna e a flora por meio de estampas de pássaros, flores e frutas.
No quesito "desfile-show", as marcas Zapping e Cavalera disputaram o primeiro lugar. O destaque maior foi da Zapping, que teve sua coleção inspirada na China e, por conseqüência, na rua 25 de março, assumidamente ponto de venda de produtos contrabandeados. Quinquilharias, brinquedos e enfeites decoraram a passarela.
Mas nem só de brilho viveu essa edição da SPFW. O comentário sobre a falta de glamour fora das passarelas era geral: ausência de celebridades e decoração sofrível. Tudo porque a segurança estava muito rígida. Por um lado isso foi bom, pois ficou mais profissional, já que as pessoas que estavam lá ou eram convidados ou profissionais da imprensa. Mas, por outro lado, a sofisticação que predominava antes, obrigando as pessoas a se produzirem especialmente para o evento, acabou.
Alguns desfiles sofreram pela carência de espectadores, ocasionando um corre-corre para a convocação dos "sem-convite". Resultado: alegria dos que não se importam em assistir tudo da última fileira, ou em pé.


Luiza Terpins, 14, é aluna da 8ª série


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