São Paulo, segunda-feira, 29 de junho de 2009

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SEXO & SAÚDE

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Esqueci a pílula! E agora?

"Tomo pílula há mais de um ano e nunca tive horário certo. Em geral, tomo antes de dormir, mas, quando esqueço, tomo de manhã ou, na noite seguinte, uso duas de uma só vez. Neste mês, isso aconteceu três vezes. Estou protegida?"

Para não perder o hábito, nossa seção volta a responder dúvidas que são do interesse de muitos jovens casais. Afinal de contas, as perguntas sobre saúde e sexualidade estão no DNA da coluna.
Resposta objetiva para nossa leitora: ela não está protegida nesse ciclo. Aliás, ela deve ter se arriscado em vários ciclos anteriores! Todas as vezes em que as garotas não tomam a pílula no horário correto, elas podem estar correndo o risco de engravidar.
Explico: as pílulas mais modernas usam doses mais baixas de hormônio para tentar reduzir uma série de efeitos colaterais desagradáveis (dor de cabeça, náusea, retenção de água, ganho de peso etc.). Esse é um ponto positivo da nova geração de pílulas, mas, em contrapartida, elas acabam trazendo algumas limitações.
A primeira delas é um escape de sangue no meio do ciclo ("spoting"), que incomoda e preocupa muitas garotas desavisadas. Outro problema é que há uma margem muito pequena para o atraso no horário da tomada da pílula. Assim, se a garota usa o comprimido todos os dias no mesmo horário, um atraso de mais de 12 horas pode fazer que o ovário deixe de ficar totalmente bloqueado e que, eventualmente, ocorra uma ovulação.
O método de tomar duas pílulas de uma só vez na noite seguinte (que era recomendado para as pílulas mais antigas) pode até evitar um sangramento no meio do ciclo, mas não oferece proteção total contra uma gravidez indesejada. Portanto, se um desses atrasos ocorre, é importante que o casal, durante todo o ciclo, use algum método complementar, como a camisinha.
Para terminar: já que você está usando pílula há quase um ano e tem se esquecido de tomar os comprimidos de maneira correta, que tal conversar com o ginecologista para tentar outro método hormonal que não seja tão dependente de sua memória, como as injeções mensais ou trimestrais ou, ainda, os adesivos ou os implantes?




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