São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

retrô

Vinil está na moda em Nova York e Londres

ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
MANUELA MINNS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LONDRES

Se no Brasil, que nem produz mais discos e cujo mercado sobrevive basicamente de produtos usados e importados, a moda pegou, na Europa e nos EUA, em que a produção continua a todo vapor, os LPs têm público fiel e dedicado.
"Desde 2004, cresce o número de adolescentes que vêm aqui procurando discos", afirmou Rusty, 34, da loja Generation Records, na Thompson Street, em Nova York.
Ao sul da ilha de Manhattan, em bairros como Greenwich Village e East Village, além das várias lojas que dedicam andares inteiros aos discos, é possível trombar com vendedores informais em barraquinhas improvisadas no meio da calçada.
É para essa região que as amigas Azuree Bravo, 20, e Alexa Cerutti, 17, moradoras de Nova Jersey, vão quando querem incrementar o repertório que têm em casa. "Eu tenho um iPod, é claro, mas prefiro o som dos vinis. Meu pai colecionava, e eu sou viciada neles desde criança. Tenho mais de 500 discos em casa", diz Azuree.
Para Alexa, "o conceito do vinil é atraente". "É de onde vem a música que escutamos hoje. E você precisa cuidar deles, é algo que pede dedicação." Ela diz não saber quantos discos tem em casa: "Mas são centenas".
Dino Hallas, 35, funcionário da Bleecker Street Records, no West Village, calcula que os discos respondem por 50% das vendas da loja e confirma o crescente interesse dos adolescentes. "Desde que o CD saiu de cena, os jovens voltaram a atenção para os discos. Comparado com um MP3, o vinil tem um som mais puro", explica.

Onda Vintage
Em Londres, lojas especializadas continuam abrindo suas portas e estendendo suas vendas via internet. Rough Trade, no bairro Brick Lane, e Phonica, no SoHo, são algumas das mais tradicionais e completas para os amantes do vinil.
Foi na Rough Trade que a parisiense Marion Leyrahoux, 18, decidiu procurar algumas encomendas. "Tenho que achar vinis dos Raconteurs e do Dirty Pretty Things para uma amiga", conta a garota.
Também aficionada por LPs, ela é fã de avant rock, pós-punk e rock alternativo e já incluiu bandas atuais, como Animal Collective e Arctic Monkeys, na coleção que herdou dos pais. "Para mim, é como uma cerimônia: sentar, colocar o disco na vitrola e esperar a música acontecer," romanceia.
Para ela, os vinis estão em alta por causa da onda vintage que assola o planeta. "Está no ar. As roupas são vintage, e a música também."


Texto Anterior: Devoradores de bolachas
Próximo Texto: Brasil quer voltar ao LP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.