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retrô
Vinil está na moda em Nova York e Londres
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
MANUELA MINNS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM LONDRES
Se no Brasil, que nem produz mais discos e cujo
mercado sobrevive basicamente de produtos usados e
importados, a moda pegou, na
Europa e nos EUA, em que a
produção continua a todo vapor, os LPs têm público fiel e
dedicado.
"Desde 2004, cresce o número de adolescentes que vêm
aqui procurando discos", afirmou Rusty, 34, da loja Generation Records, na Thompson
Street, em Nova York.
Ao sul da ilha de Manhattan,
em bairros como Greenwich
Village e East Village, além das
várias lojas que dedicam andares inteiros aos discos, é possível trombar com vendedores
informais em barraquinhas improvisadas no meio da calçada.
É para essa região que as amigas Azuree Bravo, 20, e Alexa
Cerutti, 17, moradoras de Nova
Jersey, vão quando querem incrementar o repertório que
têm em casa. "Eu tenho um
iPod, é claro, mas prefiro o som
dos vinis. Meu pai colecionava,
e eu sou viciada neles desde
criança. Tenho mais de 500 discos em casa", diz Azuree.
Para Alexa, "o conceito do vinil é atraente". "É de onde vem
a música que escutamos hoje. E
você precisa cuidar deles, é algo
que pede dedicação." Ela diz
não saber quantos discos tem
em casa: "Mas são centenas".
Dino Hallas, 35, funcionário
da Bleecker Street Records, no
West Village, calcula que os discos respondem por 50% das
vendas da loja e confirma o
crescente interesse dos adolescentes. "Desde que o CD saiu de
cena, os jovens voltaram a
atenção para os discos. Comparado com um MP3, o vinil tem
um som mais puro", explica.
Onda Vintage
Em Londres, lojas especializadas continuam abrindo suas
portas e estendendo suas vendas via internet. Rough Trade,
no bairro Brick Lane, e Phonica, no SoHo, são algumas das
mais tradicionais e completas
para os amantes do vinil.
Foi na Rough Trade que a parisiense Marion Leyrahoux, 18,
decidiu procurar algumas encomendas. "Tenho que achar
vinis dos Raconteurs e do Dirty
Pretty Things para uma amiga", conta a garota.
Também aficionada por LPs,
ela é fã de avant rock, pós-punk
e rock alternativo e já incluiu
bandas atuais, como Animal
Collective e Arctic Monkeys, na
coleção que herdou dos pais.
"Para mim, é como uma cerimônia: sentar, colocar o disco
na vitrola e esperar a música
acontecer," romanceia.
Para ela, os vinis estão em alta por causa da onda vintage
que assola o planeta. "Está no
ar. As roupas são vintage, e a
música também."
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