São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2008

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música

Brasil quer voltar ao LP

Mercado está em expansão, é o que acreditam executivos

DA REPORTAGEM LOCAL

Com o fechamento da Poly Som, a gravadora independente Deck Disc planeja montar uma nova fábrica para prensar LPs no país. A idéia, segundo o presidente da gravadora, João Augusto, é atender também artistas de outros selos e gravadoras. Para ele, o mercado no país é promissor. "No Brasil, não há estatística porque quem deseja fazer vinil é obrigado a importar, mas acreditamos que haverá um crescimento grande da demanda no momento em que começarmos a operar", diz.
No que depender da Associação Brasileira dos Festivais Independentes (Abrafi), a produção nacional também continua. Ela está fazendo um estudo em parceria com os ministério da Cultura e do Trabalho sobre a viabilidade de promover a volta da Poly Som. "Eles estão analisando a viabilidade financeira de se recuperar a fábrica", diz Fabricio Nobre, da Abrafi.
Para o diretor comercial da livraria Cultura Fabio Herz, o mercado está em expansão. Quando começou a importar LPs, em 2006, as lojas tinham menos de 50 títulos. Hoje, são quase mil. "O fenômeno começou nos EUA e na Europa e nós decidimos testar por aqui. Está dando certo. O vinil tem um apelo visual e lúdico muito grande", observa.
Nos EUA e na Europa, os principais lançamentos chegam ao mercado tanto em CD quanto em vinil. É o caso de "Hard Candy", da Madonna, e de "Death Magnetic", do Metallica, entre outros.
No Brasil, no entanto, ainda são poucos os que investem no LP. Nos últimos quatro anos, a Universal, por exemplo, teve apenas três lançamentos nacionais em vinil. A Warner, cuja matriz americana mantem um portal dedicado à venda de LPs (www.becausesoundmatters.com), não investe no formato por aqui desde 2003. "O mercado é pequeno. O vinil funciona mais como ação de marketing", diz o diretor artístico Wagner Vianna.
Já entre os independentes, o formato ainda atrai. A Monstro Discos lançou, nos últimos dez anos, 35 títulos em vinil.
(LETICIA DE CASTRO)


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