|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA
Pais e filhos se empolgam para, juntos, assistirem ao show da banda irlandesa; grupo se apresenta no Brasil nos dias 20 e 21 de fevereiro
Quando os gostos batem
DA REPORTAGEM LOCAL
Desta vez, o xaveco não foi necessário.
A popularidade do U2 entre quarentões facilitou muito a vida dos
teens menores de 16 anos, que, por conta da
censura, só podem entrar no estádio acompanhados dos pais ou responsáveis adultos. Em muitos casos, a ansiedade para ver
e ouvir ao vivo a banda irlandesa é tão
grande nos pais quanto nos filhos.
Antes mesmo de Ana Beatriz da Silveira
Santos, 13, pedir para sua mãe, a bancária
Rita de Cássia da Silveira, 42, levá-la ao espetáculo em São Paulo, Rita, que é fã da
banda, já havia decidido conferir a apresentação.
Elas moram em Brasilia e vão viajar para
São Paulo para assistir ao U2. Depois de
passar 18 horas em frente ao computador,
no último dia 16, tentando comprar os ingressos pela internet, Ana Beatriz finalmente conseguiu as entradas.
Apaixonada por música, ela tem o hábito
de pesquisar na internet sobre bandas novas e confessa: o que pesou em sua decisão
de vir até São Paulo para o espetáculo foi a
participação da banda escocesa Franz Ferdinand, que fará o show de abertura para o
U2. "Como eles não são uma banda megaconhecida por aqui, acho importante ir,
porque a gente não sabe se eles vão voltar
para o Brasil em outra ocasião", conta.
Rita, a mãe, está tão empolgada com a
programação musical da semana, que está
tentando convencer a filha a ir também ao
show dos Rolling Stones, que acontece no
Rio de Janeiro, no dia 18, dois dias antes da
apresentação do U2 em São Paulo. "Nós
vamos estar em São Paulo e eu soube de algumas excursões para o show no Rio. Acho
que é imperdível", diz Rita.
Não é de hoje que mãe e filha freqüentam
os grandes shows de pop. Juntas, elas já assistiram às apresentações de Lenny Kravitz,
Alejandro Sanz e Skank.
A estudante Priscila Henriques da Silva,
14, também vai ao show com a mãe, a gerente de marketing Paula Volpe, 41.
Ela conta que a única dificuldade foi convencer sua mãe a comprar o ingresso para a
pista e não para arquibancada ou cadeira
numerada, como estão mais acostumadas.
"No último show que eu fui (da banda norte-americana Strokes), fiquei na pista. É
mais legal, tem mais energia", diz.
"No começo eu fiquei meio preocupada,
por conta da multidão, mas logo concordei.
Ela é muito responsável", conta Paula.
Priscila não se considera uma grande fã
do U2, mas, mesmo assim, passou 12 horas
na fila para comprar o ingresso. "É um clássico e ainda tem a abertura do Franz Ferdinand. Por tudo o que eu li sobre o show,
acho que vai atender às minhas expectativas", comenta.
Acostumada a levar a filha a eventos desse porte (ela foi ao show do Linkin Park, em
2004), Paula está tão empolgada quanto
Priscila para o espetáculo. "Vou para curtir
também, não vou só pela responsabilidade", comenta.
Na expectativa
Noah Gabriel Fiscarelli, 11, não teve a
mesma sorte de Ana Beatriz e Priscila. Ele
mora em Ribeirão Preto, interior de São
Paulo, e é um dos milhares de fãs que não
conseguiram comprar o ingresso pela internet, no dia 16.
"Vou tentar comprar para o segundo
show, mas, se não rolar, já consegui um
convite por R$ 560. Vou a esse show de
qualquer jeito, nem que eu tenha de vender
meu computador", diz Noah.
Ele é fã do U2 desde criança, quando começou a ouvir a banda por influência da
mãe, Michele Fiscarelli, que já se comprometeu a levá-lo ao espetáculo, em São Paulo. "Na escolinha, quando os professores
colocavam música infantil para a gente ouvir, eu já pedia para tocar U2", conta o roqueiro precoce.
(LETICIA DE CASTRO)
Texto Anterior: Sexo & saúde - Jairo Bouer: Culpa atrapalha relacionamento Próximo Texto: Cinema: O eterno mocinho Índice
|