São Paulo, segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

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MÚSICA

Pais e filhos se empolgam para, juntos, assistirem ao show da banda irlandesa; grupo se apresenta no Brasil nos dias 20 e 21 de fevereiro

Quando os gostos batem

DA REPORTAGEM LOCAL

Desta vez, o xaveco não foi necessário. A popularidade do U2 entre quarentões facilitou muito a vida dos teens menores de 16 anos, que, por conta da censura, só podem entrar no estádio acompanhados dos pais ou responsáveis adultos. Em muitos casos, a ansiedade para ver e ouvir ao vivo a banda irlandesa é tão grande nos pais quanto nos filhos.
Antes mesmo de Ana Beatriz da Silveira Santos, 13, pedir para sua mãe, a bancária Rita de Cássia da Silveira, 42, levá-la ao espetáculo em São Paulo, Rita, que é fã da banda, já havia decidido conferir a apresentação.
Elas moram em Brasilia e vão viajar para São Paulo para assistir ao U2. Depois de passar 18 horas em frente ao computador, no último dia 16, tentando comprar os ingressos pela internet, Ana Beatriz finalmente conseguiu as entradas.
Apaixonada por música, ela tem o hábito de pesquisar na internet sobre bandas novas e confessa: o que pesou em sua decisão de vir até São Paulo para o espetáculo foi a participação da banda escocesa Franz Ferdinand, que fará o show de abertura para o U2. "Como eles não são uma banda megaconhecida por aqui, acho importante ir, porque a gente não sabe se eles vão voltar para o Brasil em outra ocasião", conta.
Rita, a mãe, está tão empolgada com a programação musical da semana, que está tentando convencer a filha a ir também ao show dos Rolling Stones, que acontece no Rio de Janeiro, no dia 18, dois dias antes da apresentação do U2 em São Paulo. "Nós vamos estar em São Paulo e eu soube de algumas excursões para o show no Rio. Acho que é imperdível", diz Rita.
Não é de hoje que mãe e filha freqüentam os grandes shows de pop. Juntas, elas já assistiram às apresentações de Lenny Kravitz, Alejandro Sanz e Skank.
A estudante Priscila Henriques da Silva, 14, também vai ao show com a mãe, a gerente de marketing Paula Volpe, 41.
Ela conta que a única dificuldade foi convencer sua mãe a comprar o ingresso para a pista e não para arquibancada ou cadeira numerada, como estão mais acostumadas. "No último show que eu fui (da banda norte-americana Strokes), fiquei na pista. É mais legal, tem mais energia", diz.
"No começo eu fiquei meio preocupada, por conta da multidão, mas logo concordei. Ela é muito responsável", conta Paula.
Priscila não se considera uma grande fã do U2, mas, mesmo assim, passou 12 horas na fila para comprar o ingresso. "É um clássico e ainda tem a abertura do Franz Ferdinand. Por tudo o que eu li sobre o show, acho que vai atender às minhas expectativas", comenta.
Acostumada a levar a filha a eventos desse porte (ela foi ao show do Linkin Park, em 2004), Paula está tão empolgada quanto Priscila para o espetáculo. "Vou para curtir também, não vou só pela responsabilidade", comenta.

Na expectativa
Noah Gabriel Fiscarelli, 11, não teve a mesma sorte de Ana Beatriz e Priscila. Ele mora em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e é um dos milhares de fãs que não conseguiram comprar o ingresso pela internet, no dia 16.
"Vou tentar comprar para o segundo show, mas, se não rolar, já consegui um convite por R$ 560. Vou a esse show de qualquer jeito, nem que eu tenha de vender meu computador", diz Noah.
Ele é fã do U2 desde criança, quando começou a ouvir a banda por influência da mãe, Michele Fiscarelli, que já se comprometeu a levá-lo ao espetáculo, em São Paulo. "Na escolinha, quando os professores colocavam música infantil para a gente ouvir, eu já pedia para tocar U2", conta o roqueiro precoce.
(LETICIA DE CASTRO)


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