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02 NEURÔNIO
Memórias demuitos Carnavais
O Carnaval vem aí trazendo de volta nossas
memórias momescas. Até que gostamos um
pouco de Carnaval, principalmente de ver
nossa Portela passar. Mas também temos
vários motivos para querer fugir da folia.
Vai dizer que você nunca:
- Passou horas dando voltas num trenzinho carnavalesco porque tinha vergonha de dançar "de casal" no baile
quando tinha 10 anos. E acabou tonta e se sentindo uma
"loser". Um amigo nosso, inclusive, já desmaiou de tanta
tontura depois de umas 300 voltas no salão. É verdade.
- Foi para um bloco de rua na terça-feira gorda porque
tinha passado o feriado todo trancado em casa, ouvindo
rock'n'roll. E, quando chegou ao bloco, lembrou-se da razão pela qual odiava blocos.
- Surtou e resolveu sair fantasiado pela rua. E foi ótimo.
- Despencou para a rua 25 de Março para comprar fantasias. E gastou a maior grana com perucas e adereços estúpidos. E foi passar o Carnaval em Mauá.
- E, quando chegou a Mauá, descobriu que a sua casa
alugada ficava ao lado de uma de um grupo de hippies
que passavam a noite tocando "Starway to Heaven" no
violão.
- Ficou deprimida no Carnaval porque tinha tomado
um pé na bunda (ou sofrido uma crise existencial crônica). Nada pior do que estar triste no meio daquela histeria
alegre. Aí você achou que fosse morrer. Causa mortis: inadequação ao mundo.
- Teve medo das seguintes coisas: bate-bola,
homens que passam a mão na bunda durante
as festas, playboys que puxam cabelo e pessoas fantasiadas de diabo. Ou, pior, quem
nunca descobriu que o seu pretê era um diabo (justamente porque ele ficou soltinho no Carnaval).
Momentos de histeria
"Só o Paulinho da Viola, a Portela e um amor podem salvar um Carnaval"
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