São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

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02 NEURÔNIO

Memórias demuitos Carnavais

O Carnaval vem aí trazendo de volta nossas memórias momescas. Até que gostamos um pouco de Carnaval, principalmente de ver nossa Portela passar. Mas também temos vários motivos para querer fugir da folia. Vai dizer que você nunca:
- Passou horas dando voltas num trenzinho carnavalesco porque tinha vergonha de dançar "de casal" no baile quando tinha 10 anos. E acabou tonta e se sentindo uma "loser". Um amigo nosso, inclusive, já desmaiou de tanta tontura depois de umas 300 voltas no salão. É verdade.
- Foi para um bloco de rua na terça-feira gorda porque tinha passado o feriado todo trancado em casa, ouvindo rock'n'roll. E, quando chegou ao bloco, lembrou-se da razão pela qual odiava blocos.
- Surtou e resolveu sair fantasiado pela rua. E foi ótimo.
- Despencou para a rua 25 de Março para comprar fantasias. E gastou a maior grana com perucas e adereços estúpidos. E foi passar o Carnaval em Mauá.
- E, quando chegou a Mauá, descobriu que a sua casa alugada ficava ao lado de uma de um grupo de hippies que passavam a noite tocando "Starway to Heaven" no violão.
- Ficou deprimida no Carnaval porque tinha tomado um pé na bunda (ou sofrido uma crise existencial crônica). Nada pior do que estar triste no meio daquela histeria alegre. Aí você achou que fosse morrer. Causa mortis: inadequação ao mundo.
- Teve medo das seguintes coisas: bate-bola, homens que passam a mão na bunda durante as festas, playboys que puxam cabelo e pessoas fantasiadas de diabo. Ou, pior, quem nunca descobriu que o seu pretê era um diabo (justamente porque ele ficou soltinho no Carnaval).

Momentos de histeria
"Só o Paulinho da Viola, a Portela e um amor podem salvar um Carnaval"

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