São Paulo, segunda-feira, 31 de maio de 2004

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SAÚDE

Estresse em épocas de provas e de vestibular agravam problemas com a acne; cravos e espinhas chegam a levar à depressão

De cara limpa

ALESSANDRA KORMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

Em primeiro lugar, chocolate, amendoim e masturbação não provocam espinhas. Em segundo, cravos não são aracnídeos microscópicos grudados na pele. Em terceiro, aquela antiga pomada e pasta de dente não ajudam a tratar a acne -pelo contrário, podem até agravar o problema. Derrubados os mitos, vamos ao fato: a acne tem cura na grande maioria dos casos, desde que tratada adequadamente.
Os problemas com a acne tendem a se agravar em épocas de provas de colégio, que começam no mês que vem, e de vestibular, já que o estresse que muitos estudantes passam é um dos fatores que podem causar cravos e espinhas.
Em casos graves, a acne pode até causar depressão. A estudante Ana Paula Lucato, 13, está fazendo tratamento para espinhas. "Há um certo padrão de beleza, você tem de ficar com a pele lisa. Tenho amigas que entram em pânico quando têm espinhas. É importante saber rir de você mesmo. Mas é horrível quando você está com uma espinha, parece que todo mundo só olha para ela."
Cravo e espinha são nomes populares para os estágios diferentes da acne. O cravo é uma lesão provocada pelo acúmulo de sebo e pode ser de dois tipos: se o poro permanece aberto, há entrada de oxigênio e oxidação das gorduras do sebo, por isso ele fica preto; se o poro fica totalmente fechado, o cravo é branco. Já a espinha é um cravo inflamado pela presença de bactérias.
A acne aparece em meninos e meninas com a mesma freqüência, mas os casos mais graves ocorrem nos garotos -por vaidade, elas costumam procurar o médico mais cedo. Ela aparece na adolescência porque é o período em que as pessoas começam a produzir hormônios masculinos, que estimulam a produção de sebo. Mas a acne é hereditária.
"Nas pessoas com predisposição, as glândulas sebáceas têm mais sensibilidade ao hormônio masculino", diz o dermatologista Bernardo Gontijo, do Programa de Educação Médica Continuada em Dermatologia da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia). Quem tem pele oleosa precisa de cuidado. "Às vezes, a menina usa o creme da mãe, que tem outro tipo de pele, e obstrui os poros", diz a dermatologista Taciana dal Forno, da SBD.
Há vários tratamentos. Nos casos mais leves, usam-se medicamentos para aplicação local, que produzem esfoliação. Antibióticos podem ser usados nas lesões inflamatórias. Casos mais graves são tratados com isotretinoína por via oral, mas esse medicamento pode produzir efeitos colaterais. Peelings ou laser são usados para limpar e trocar a pele.
É importante procurar um médico e nunca espremer as espinhas por conta própria. A unha é um dos lugares mais sujos do corpo, e aquele pequeno cravo pode virar uma espinha enorme.


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