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SAÚDE
Estresse em épocas de provas e de vestibular agravam problemas com a acne; cravos e espinhas chegam a levar à depressão
De cara limpa
ALESSANDRA KORMANN
DA REPORTAGEM LOCAL
Em primeiro lugar, chocolate, amendoim e
masturbação não provocam espinhas. Em segundo, cravos não são aracnídeos microscópicos grudados na pele. Em terceiro, aquela antiga pomada
e pasta de dente não ajudam a tratar a acne -pelo
contrário, podem até
agravar o problema. Derrubados os mitos, vamos
ao fato: a acne tem cura na
grande maioria dos casos, desde que tratada adequadamente.
Os problemas com a acne tendem a se
agravar em épocas de provas de colégio,
que começam no mês que vem, e de vestibular, já que o estresse que muitos estudantes passam é um dos fatores que podem causar cravos e espinhas.
Em casos graves, a acne pode até causar depressão. A estudante Ana Paula
Lucato, 13, está fazendo tratamento para
espinhas. "Há um certo padrão de beleza, você tem de ficar com a pele lisa. Tenho amigas que entram em pânico
quando têm espinhas. É importante saber rir de você mesmo. Mas é horrível
quando você está com uma espinha, parece que todo mundo só olha para ela."
Cravo e espinha são nomes populares
para os estágios diferentes da acne. O
cravo é uma lesão provocada pelo acúmulo de sebo e pode ser de
dois tipos: se o poro permanece aberto,
há entrada de oxigênio e oxidação das
gorduras do sebo, por isso ele fica preto;
se o poro fica totalmente fechado, o cravo é branco. Já a espinha é um cravo inflamado pela presença de bactérias.
A acne aparece em meninos e meninas
com a mesma freqüência, mas os casos
mais graves ocorrem nos garotos -por
vaidade, elas costumam procurar o médico mais cedo. Ela aparece na adolescência porque é o período em que as pessoas começam a produzir hormônios
masculinos, que estimulam a produção
de sebo. Mas a acne é hereditária.
"Nas pessoas com predisposição, as
glândulas sebáceas têm mais sensibilidade ao hormônio masculino", diz o dermatologista
Bernardo Gontijo, do
Programa de Educação
Médica Continuada em
Dermatologia da SBD
(Sociedade Brasileira de
Dermatologia). Quem
tem pele oleosa precisa de
cuidado. "Às vezes, a menina usa o creme da mãe,
que tem outro tipo de pele, e obstrui os poros", diz
a dermatologista Taciana
dal Forno, da SBD.
Há vários tratamentos.
Nos casos mais leves,
usam-se medicamentos para aplicação
local, que produzem esfoliação. Antibióticos podem ser usados nas lesões inflamatórias. Casos mais graves são tratados
com isotretinoína por via oral, mas esse
medicamento pode produzir efeitos colaterais. Peelings ou laser são usados para limpar e trocar a pele.
É importante procurar um médico e
nunca espremer as espinhas por conta
própria. A unha é um dos lugares mais
sujos do corpo, e aquele pequeno cravo
pode virar uma espinha enorme.
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