GIBI FRANCÊS PASSEIA PELO VIOLENTO E PELO CÂNDIDO

DIOGO BERCITO
DE SÃO PAULO

Diante do relato da provocação de um colega de escola, o avô de Michel dá um conselho pacificador: procure sua professora.
Apagam-se as luzes, e é hora de dormir. Mas, escondido em um canto escuro do quarto, um monstrinho tem outra sugestão: "Professora é o cacete". Melhor mesmo é fatiar o valentão e mandar os pedaços para a mãe dele.
A cena retrata o encontro entre o meigo e o tenebroso em que aposta o gibi "Pequeno Vampiro e o Kung Fu".
Na HQ, lançada neste mês no Brasil, o artista francês Joann Sfar (de "O Gato do Rabino") escreve e rabisca a história de um menino fofo cujos melhores amigos são seres das trevas -como o diminuto sanguessuga do título.
A partir dos planos de Michel, que quer aprender a brigar na escola, a trama do gibi dá voltas e passa, por exemplo, por um quadro de Chagall e por um templo na Indochina. A costura fica garantida pelo estilo ao mesmo tempo erudito e leve de Sfar.
A história em quadrinhos é recomendada a maiores de oito anos, mas não peca por excesso de ingenuidade nem cansa os leitores adultos. É para todas as idades.