São Paulo, segunda-feira, 31 de agosto de 2009

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SEXO & SAÚDE

Jairo Bouer - jbouer@uol.com.br

Uma nova escola

Não sou especialista em educação, mas tenho tentado dividir com vocês opiniões e impressões que fui formando nesses anos de atendimento em consultório -com jovens em fases de escolha- e nos trabalhos que desenvolvo em escolas e universidades.
Em um evento de que participei na semana passada, o educador e colunista da Folha Rubem Alves disse que a gente só aprende o que gosta. O professor Pasquale, também colunista desta Folha, acredita que, em vez de ficar decorando intermináveis regras de gramática, deveríamos aprender com o texto. Ziraldo sempre mostra nos seus trabalhos a importância do brincar.
Eu falei da importância de interagir dinamicamente com o jovem, por meio das tecnologias disponíveis, para tratar de assuntos como sexualidade e drogas.
A escola de hoje, salvo exceções, é muito parecida com aquelas que as gerações anteriores frequentaram. Ela ficou muito mais estática do que a evolução do homem e da sociedade. Professor que ensina (muitas vezes mal), aluno que ouve (e nem sempre aprende), prova que cobra (mas que pode não medir o aprendizado real). Ufa! Que triângulo mais antigo, não?
Em um programa que fiz na TV sobre a escola ideal, pedimos uma planta de como ela seria. Aparecia de tudo: academia, teatro, campo de futebol, oficina de artes, salas de informática, área de convivência, cantina com comidas saudáveis e, lá no fundinho, em menos de 10% do território, as tradicionais salas de aula.
Que atenção o jovem consegue dar àquelas aulas de formato clássico? Será que a gente não tem que adequar a nova maneira de ensinar à forma como o aluno quer aprender hoje? Que tal menos informação mastigada (e muitas vezes inútil para a vida futura) e mais ferramentas de busca, seleção e avaliação do conhecimento?
Quanto à coluna da semana passada ("Uma nova universidade"), recebi e-mails com ótimas notícias. Algumas universidades do país, pelo menos em certas áreas, já permitem maior flexibilidade aos alunos em seus cursos, possibilitando uma forma mais transversal de passar pela vida acadêmica. Chequem os sites da Universidade Federal do ABC (www.ufabc.edu.br) e da Universidade Federal da Bahia (www.ihac.ufba.br). Tomara que essas exceções virem regra!


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