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      São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003
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Psicóloga deixa Hospital das Clínicas para poder fazer prova

DA REPORTAGEM LOCAL

Como outros vestibulandos, Tatiana Rolim, hoje com 26 anos, ficou estressada às vésperas do vestibular, tanto que teve problemas de saúde, como gripes freqüentes e gastrite. Também ficou em dúvida quanto à carreira: veterinária ou psicologia. No dia seguinte ao exame, ficou ansiosa para saber se havia sido aprovada e ligou para a instituição logo de manhã.
Mas isso aconteceu quando ela estava internada no Hospital das Clínicas de São Paulo para tirar uma placa de platina da coluna, posta depois que ela foi atropelada por um caminhão aos 17 anos, quando perdeu os movimentos abaixo da cintura.
No dia da prova, que foi fazer tomando soro no braço, precisou de uma autorização especial, além de ter assinado um termo de responsabilidade. Para a sua alegria, foi aprovada em psicologia em uma universidade de Guarulhos, onde acabou ficando apenas um mês. "Tinha muitas subidas, e o local era pouco adaptado. Eu precisaria ser carregada para cima e para baixo. Todo o meu trabalho para recuperar minha autonomia não serviria para mais nada."
Por isso pediu transferência para a FIG (Faculdades Integradas de Guarulhos), que teve de fazer adaptações para recebê-la. "Eles não tinham banheiros nem rampas adaptados. Entrei em contato com eles, apresentei um projeto e eles construíram tudo", disse ela, que hoje já está formada e trabalha na AACD, onde fazia reabilitação.
Como na época morava em Franco da Rocha, trabalhava em Santo Amaro e estudava em Guarulhos, ela perdia cerca de seis horas por dia nos ônibus, geralmente sem adaptação.


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