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Psicóloga deixa Hospital das Clínicas para poder fazer prova
DA REPORTAGEM LOCAL
Como outros vestibulandos,
Tatiana Rolim, hoje com 26
anos, ficou estressada às vésperas do vestibular, tanto que teve
problemas de saúde, como gripes freqüentes e gastrite. Também ficou em dúvida quanto à
carreira: veterinária ou psicologia. No dia seguinte ao exame,
ficou ansiosa para saber se havia sido aprovada e ligou para a
instituição logo de manhã.
Mas isso aconteceu quando
ela estava internada no Hospital
das Clínicas de São Paulo para
tirar uma placa de platina da coluna, posta depois que ela foi
atropelada por um caminhão
aos 17 anos, quando perdeu os
movimentos abaixo da cintura.
No dia da prova, que foi fazer
tomando soro no braço, precisou de uma autorização especial, além de ter assinado um
termo de responsabilidade. Para a sua alegria, foi aprovada em
psicologia em uma universidade de Guarulhos, onde acabou
ficando apenas um mês. "Tinha
muitas subidas, e o local era
pouco adaptado. Eu precisaria
ser carregada para cima e para
baixo. Todo o meu trabalho para recuperar minha autonomia
não serviria para mais nada."
Por isso pediu transferência
para a FIG (Faculdades Integradas de Guarulhos), que teve de
fazer adaptações para recebê-la.
"Eles não tinham banheiros
nem rampas adaptados. Entrei
em contato com eles, apresentei
um projeto e eles construíram
tudo", disse ela, que hoje já está
formada e trabalha na AACD,
onde fazia reabilitação.
Como na época morava em
Franco da Rocha, trabalhava
em Santo Amaro e estudava em
Guarulhos, ela perdia cerca de
seis horas por dia nos ônibus,
geralmente sem adaptação.
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