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      São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003
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Condições especiais durante o processo seletivo são obrigatórias por lei

DA REPORTAGEM LOCAL

Por lei, todas as instituições de ensino superior do país são obrigadas a dar condições especiais em seus vestibulares, além de mais tempo de prova, para os portadores de deficiência. Na graduação, as faculdades também têm de cumprir alguns requisitos relacionados ao tema para terem autorização do MEC.
Em geral, os candidatos que precisam de condições especiais devem avisar a organização da prova com antecedência para que possam ser preparados os exames e os locais de prova. Em algumas, como na Fuvest e na Unicamp, todos devem fazer a inscrição em apenas um local. Quando é necessário, as provas são impressas em braile ou em letras ampliadas, para o caso de pessoas que têm deficiência visual.
Quando Genival Silva dos Santos foi fazer o exame da PUC-SP, preferiu não fazer a prova em braile e optou por um ledor, que é um funcionário que dita as questões para o candidato. Santos diz que se arrependeu, pois teve vários ledores diferentes. "A pessoa que veio ler a prova de português não sabia física. A que veio para física não sabia inglês e assim foi."
Para os deficientes auditivos, os vestibulares têm de colocar à disposição intérpretes de língua de sinais para, caso o candidato tenha alguma dúvida, poder perguntar. Já para os que têm problemas motores, os locais de aplicação devem ser adaptados arquitetonicamente, com rampas, elevadores e banheiros.
Isso também vale para a graduação, pois uma portaria do Ministério da Educação de 1999 incluiu aspectos de acessibilidade nos quesitos que são verificados para que as instituições sejam credenciadas (veja quadro acima).
A remoção de barreiras arquitetônicas é obrigatória, mesmo que a instituição não tenha no momento nenhum estudante com deficiência. Já as adaptações para deficientes auditivos e visuais só são feitas quando há solicitação.
Como o deficiente auditivo utiliza mais a língua de sinais do que o português para se comunicar, por exemplo, seus professores têm de ser flexíveis na correção das provas escritas, pois seria como alguém que fala português fazer uma prova em francês.
"Em geral, as faculdades não estão preparadas para receber os deficientes auditivos. Eles são iguais a todos nós, mas utilizam uma língua diferente. Isso precisa ser respeitado pela faculdade", disse Alfredo Tabith, médico foniatra e diretor-geral do Derdic (Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação) da PUC-SP.


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