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Condições especiais durante o processo seletivo são obrigatórias por lei
DA REPORTAGEM LOCAL
Por lei, todas as instituições de
ensino superior do país são obrigadas a dar condições especiais
em seus vestibulares, além de
mais tempo de prova, para os
portadores de deficiência. Na graduação, as faculdades também
têm de cumprir alguns requisitos
relacionados ao tema para terem
autorização do MEC.
Em geral, os candidatos que
precisam de condições especiais
devem avisar a organização da
prova com antecedência para que
possam ser preparados os exames e os locais de prova. Em algumas, como na Fuvest e na Unicamp, todos devem fazer a inscrição em apenas um local. Quando
é necessário, as provas são impressas em braile ou em letras
ampliadas, para o caso de pessoas
que têm deficiência visual.
Quando Genival Silva dos Santos foi fazer o exame da PUC-SP,
preferiu não fazer a prova em
braile e optou por um ledor, que é
um funcionário que dita as questões para o candidato. Santos diz
que se arrependeu, pois teve vários ledores diferentes. "A pessoa
que veio ler a prova de português
não sabia física. A que veio para
física não sabia inglês e assim foi."
Para os deficientes auditivos, os
vestibulares têm de colocar à disposição intérpretes de língua de
sinais para, caso o candidato tenha alguma dúvida, poder perguntar. Já para os que têm problemas motores, os locais de aplicação devem ser adaptados arquitetonicamente, com rampas, elevadores e banheiros.
Isso também vale para a graduação, pois uma portaria do
Ministério da Educação de 1999
incluiu aspectos de acessibilidade
nos quesitos que são verificados
para que as instituições sejam
credenciadas (veja quadro
acima).
A remoção de barreiras arquitetônicas é obrigatória, mesmo que
a instituição não tenha no momento nenhum estudante com
deficiência. Já as adaptações para
deficientes auditivos e visuais só
são feitas quando há solicitação.
Como o deficiente auditivo utiliza mais a língua de sinais do que
o português para se comunicar, por exemplo, seus professores
têm de ser flexíveis na correção das provas escritas, pois seria como alguém que fala português fazer uma prova em francês.
"Em geral, as faculdades não estão preparadas para receber os deficientes auditivos. Eles são iguais a todos nós, mas utilizam uma língua diferente. Isso precisa ser respeitado pela faculdade", disse Alfredo Tabith, médico foniatra e diretor-geral do Derdic (Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação) da PUC-SP.
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