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CARREIRA/ENGENHARIA AGRONÔMICA
Profissional acompanha toda a produção de alimentos
Agronegócio faz profissão crescer
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
O agronegócio vem puxando a
economia do Brasil nos últimos anos. Em 2003, por exemplo,
o PIB (Produto Interno Bruto)
agrícola cresceu 5%, enquanto o
PIB total caiu 0,2%. O engenheiro
agrônomo é um dos profissionais
que mais se beneficiam dessa situação atualmente.
"Para você ter alta produção, é
preciso conhecimento técnico",
afirma Quirino Augusto de Camargo Carmello, coordenador de
engenharia agronômica da
Esalq/USP. A universidade faz
um acompanhamento dos alunos
recém-formados. Em relação à última turma, 50% dos graduados
estão empregados, 20% estão na
pós-graduação e 12% dizem estar
perto de conseguir um emprego.
Mateus Holtz de Camargo, 23, é
um dos que engrossam a porcentagem dos empregados. Ainda
durante o curso, conseguiu um
estágio na multinacional Monsanto. Cinco meses depois, foi
contratado. "Nem esperava arrumar um emprego", afirma Mateus. "Já estava tudo engatilhado
para fazer o mestrado. Mas, como
surgiu a oportunidade, mudei
meus planos." Atualmente, entre
outras atividades, ele age como
representante comercial da empresa em São João da Boa Vista
(229 km ao norte de São Paulo).
Ronaldo Trecenti, consultor da
Abeas (Associação Brasileira de
Educação Agrícola Superior) e secretário-executivo da Associação
de Engenheiros Agrônomos do
Distrito Federal, faz uma ressalva
em relação ao mercado de trabalho: "essa demanda por profissionais está concentrada em Mato
Grosso, em Goiás, no interior de
São Paulo e, no Nordeste, onde há
produção de frutas irrigadas".
Ele afirma que uma das áreas
que mais necessitam de profissionais é a de fiscalização de produtos para exportação. Segundo ele,
a falta de controle mais rigoroso
leva a problemas como o da carne
brasileira enviada à Rússia e o da
soja exportada para a China
-países que impediram a entrada desses itens alegando presença
de sementes contaminadas (soja)
e de um foco de febre aftosa (carne) no Amazonas.
Segundo Trecenti, a fiscalização
tem de ser feita em toda a cadeia
de produção dos alimentos.
Atuação
"Quando me formei, há 30
anos, praticamente só tínhamos
emprego como funcionário público ou em empresas de insumo", afirma José Geanini Peres,
coordenador do curso na UFSCar
(Universidade Federal de São
Carlos). "Hoje isso mudou." Segundo Peres, o salário inicial do
engenheiro agrônomo está entre
R$ 1.500 e R$ 2.000.
Fazem parte das atribuições do
engenheiro agrônomo a produção, a comercialização e a conservação de alimentos.
Como ramificações dessas atividades, o engenheiro agrônomo
pode atuar, entre outras coisas, na
orientação de investimentos para
a produção agropecuária, na melhoria genética de animais e vegetais, na coordenação de construções rurais, na assistência técnica
a empresas de insumos e na venda de produtos como adubos, fertilizantes e sementes.
O profissional pode trabalhar
ainda na área comercial e de marketing das empresas.
O curso
Carmello, coordenador do curso da Esalq, lembra que, apesar da
carreira estar na área de biológicas, o aluno precisa ter conhecimento de matemática, física e
química -disciplinas cobradas
nas engenharias. Ele diz que, normalmente, o vestibulando sabe
desse requisito. A taxa de evasão
no curso, que dura cinco anos, fica entre 5% e 8%, em média. A
carreira pode ser chamada tanto
de engenharia agronômica como
de agronomia.
Diferentemente de outras engenharias, as mulheres têm procurado bastante a carreira. Na UFSCar, por exemplo, metade dos estudantes é do sexo feminino.
Uma das preocupações do curso é a preservação ambiental. Na
unidade diferenciada da Unesp
em Registro, isso recebe atenção
especial. "Damos formação geral,
mas com ênfase nos problemas
aqui do Vale do Ribeira", diz João
Suzuki, coordenador da carreira.
O objetivo é conciliar a produção
de alimentos com a preservação
da mata atlântica, ainda presente
na região.
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