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      São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2003
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PORTUGUÊS

Presente do indicativo é usado em várias situações

THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Embora seja comum associarmos o tempo presente do indicativo às ações que se desenvolvem no momento da fala, esse não é o seu emprego mais corriqueiro. Na verdade, são poucas as ocasiões em que é usado dessa maneira. Isso ocorre, por exemplo, quando fazemos um juramento ou uma promessa -situação em que o dizer é o fazer. Ao proferir as palavras: "Eu juro" ou "Eu prometo", a pessoa pratica, de fato, as ações no ato da fala.
Os locutores esportivos, ao narrarem partidas de futebol transmitidas pelo rádio, fazem uso do presente para dar aos ouvintes a impressão de que sua fala é simultânea aos movimentos dos jogadores em campo, recurso que se alia à destreza de uma dicção acelerada e emocionada para transmitir toda a emoção da partida.
Nas manchetes de jornal, o tempo verbal mais empregado é também o presente do indicativo. Mas isso não quer dizer que os fatos estejam ocorrendo no exato momento em que são registrados ou lidos. Na verdade, esse recurso confere aos acontecimentos e às informações dinamismo e atualidade, o que é fundamental no texto jornalístico, produzido para a leitura diária.
É o presente ainda o tempo capaz de evocar ações e estados permanentes ou assim considerados, como se lê em avisos, como "É proibido fumar", ou mesmo em slogans, como "O mundo gira, a Lusitana roda", antiga frase publicitária de uma empresa de transportes. Prevalece nesses casos o aspecto durativo do presente, não mais o momentâneo.
Uma ação habitual ou rotineira também se expressa pelo tempo presente. Por exemplo: "Rodolfo corre todas as manhãs no parque". Mas, se a intenção for enfatizar que a pessoa pratica a ação naquele momento, pode-se usar um advérbio de tempo que explicite essa idéia ("Agora ele cruza a linha de chegada.") ou mesmo optar pelo emprego do gerúndio ("Ela está correndo agora."), geralmente também acompanhado do advérbio de tempo.
Para indicar um atributo permanente de alguém, também usamos o presente, como em: "Ele é tímido" ou "Ela é inteligente".
O presente do indicativo pode substituir o passado e o futuro em algumas situações e até mesmo o imperativo. Mas isso fica para uma das próximas colunas.


Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha. E-mail: tnicoleti@folhasp.com.br


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