|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PORTUGUÊS
Presente do indicativo é usado em várias situações
THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Embora seja comum associarmos o tempo presente do indicativo às ações que se desenvolvem no momento da fala, esse
não é o seu emprego mais corriqueiro. Na verdade, são poucas as
ocasiões em que é usado dessa
maneira. Isso ocorre, por exemplo, quando fazemos um juramento ou uma promessa -situação em que o dizer é o fazer. Ao
proferir as palavras: "Eu juro" ou
"Eu prometo", a pessoa pratica,
de fato, as ações no ato da fala.
Os locutores esportivos, ao narrarem partidas de futebol transmitidas pelo rádio, fazem uso do
presente para dar aos ouvintes a
impressão de que sua fala é simultânea aos movimentos dos jogadores em campo, recurso que se
alia à destreza de uma dicção acelerada e emocionada para transmitir toda a emoção da partida.
Nas manchetes de jornal, o tempo verbal mais empregado é também o presente do indicativo.
Mas isso não quer dizer que os fatos estejam ocorrendo no exato
momento em que são registrados
ou lidos. Na verdade, esse recurso
confere aos acontecimentos e às
informações dinamismo e atualidade, o que é fundamental no texto jornalístico, produzido para a
leitura diária.
É o presente ainda o tempo capaz de evocar ações e estados permanentes ou assim considerados,
como se lê em avisos, como "É
proibido fumar", ou mesmo em
slogans, como "O mundo gira, a
Lusitana roda", antiga frase publicitária de uma empresa de transportes. Prevalece nesses casos o
aspecto durativo do presente, não
mais o momentâneo.
Uma ação habitual ou rotineira
também se expressa pelo tempo
presente. Por exemplo: "Rodolfo
corre todas as manhãs no parque". Mas, se a intenção for enfatizar que a pessoa pratica a ação
naquele momento, pode-se usar
um advérbio de tempo que explicite essa idéia ("Agora ele cruza a
linha de chegada.") ou mesmo
optar pelo emprego do gerúndio
("Ela está correndo agora."), geralmente também acompanhado
do advérbio de tempo.
Para indicar um atributo permanente de alguém, também usamos o presente, como em: "Ele é
tímido" ou "Ela é inteligente".
O presente do indicativo pode
substituir o passado e o futuro em
algumas situações e até mesmo o
imperativo. Mas isso fica para
uma das próximas colunas.
Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha.
E-mail: tnicoleti@folhasp.com.br
Texto Anterior: Matemática: As paralelas que se encontram Próximo Texto: Física: A revolução dos supercondutores Índice
|