EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA

O período de férias escolares é excelente para estudar geografia. Calma, não estou sugerindo que substitua aquele passeio à praia ou ao campo para trancar-se no quarto e ficar "rachando" sobre os livros, aproveitando que, em casa, ficaram só você, o cachorro e o peixinho no aquário.
A idéia é aproveitar os passeios e desenvolver a capacidade de observação. É uma coisa relativamente simples, mas são poucos os alunos que desenvolvem essa habilidade durante a vida escolar.
Nas salas de aula, é muito comum encontrar um estudante que, apesar de ter vivido os seus longos 18 anos na cidade de São Paulo, não sabe que ali as chuvas são concentradas no verão. Esse aluno teve inúmeras oportunidades de observar que os congestionamentos causados pelo transbordamento dos rios estão ausentes durante o inverno, que é o período de estiagem...
Às vezes, um futuro vestibulando que reside próximo à fachada atlântica da região Sudeste atravessa boa parte do Centro-Oeste, rumo ao Pantanal, nas férias, para fazer uma bela pescaria. Quando se depara com uma questão que exige uma comparação do relevo do Centro-Oeste com o da região onde vive, não se lembra de que, na viagem para a pescaria, passou, por exemplo, por uma área de topografia bem menos acidentada do que a dos mares-de-morros que rodeiam a sua cidade.
Um jeito de começar a desenvolver a capacidade de observação é tentar levantar o que sabe sobre determinada área que vai visitar. Tente encontrar algum texto sobre a região nos livros de geografia que utiliza na escola. Guias de turismo também ajudam. Depois, é despender um tempinho dos passeios para conferir se o que você leu sobre os locais visitados é, de fato, o que pode ser observado. Caso não esteja mais daquele jeito, você pode tentar descobrir quais as razões da mudança.