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FÍSICA
A óptica da visão - 1
TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA
A luz emitida ou refletida pelos
objetos que nos rodeiam realiza uma viagem através do olho até
ser percebida sobre a retina, onde
as imagens se formam.
Nessa viagem até o fundo do
olho, cujo trajeto tem aproximadamente dois centímetros, o feixe
luminoso sofre seu primeiro desvio ao passar do ar para a córnea,
que é a membrana transparente
feita de várias camadas à frente do
olho. Sua velocidade diminui e o
feixe segue para atravessar o humor aquoso, um líquido transparente, no qual sofre nova refração.
Antes de penetrar na parte interna do olho, passa pelo conjunto
que controla sua entrada e quantidade.
A íris é a parte colorida do globo
ocular e possui um orifício central, a pupila, de diâmetro variável, através da qual a luz externa
tem sua intensidade controlada.
Quando, por exemplo, estamos
expostos ao sol, a pupila se contrai, deixando passar pouca luz;
em ambientes escuros, ela aumenta de tamanho para permitir
a entrada do máximo de luminosidade. Após deixar a pupila, já na
parte interna do olho, o feixe incidente se refrata mais uma vez no
cristalino, uma incrível lente convergente, flexível, do tamanho de
um feijão, que realiza o ajuste fino
do foco, para que as imagens se
formem sempre nítidas sobre a
retina. Esse processo que modifica e ajusta a distância focal do
cristalino é denominado acomodação visual e se realiza com o auxílio dos músculos ciliares, que,
ao se contraírem, alteram os raios
de curvatura das faces biconvexas
da lente. Ao emergir do cristalino,
o feixe ainda atravessa todo o interior do globo.
Finalmente, após sofrer vários
desvios, atravessar substâncias
gelatinosas, passar por controladores de intensidade e lentes que
regulam sua incidência, o feixe luminoso atinge o fundo do globo
ocular, onde se projeta na retina.
Nessa membrana sensível, há células fotorreceptoras, que desempenham o papel de sensores e enviam as informações recebidas ao
cérebro por fibras ópticas, que
formam o nervo óptico.
Para o olho normal, ou emetrope, a imagem que se forma sobre a
retina é sempre nítida, real, invertida e menor do que o objeto observado. Um sistema óptico tão
sensível como o olho humano
também sofre alterações e imperfeições na sua estrutura, que ocasionam os defeitos da visão ou
ametropias. Duas das mais comuns, a miopia e a hipermetropia, serão assunto da próxima coluna. Até lá!
Tarso Paulo Rodrigues é professor e
coordenador de física do Colégio Augusto Laranja
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