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GEOGRAFIA
Vamos mudar, mas com cuidado
EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA
Mudança. Essa é a palavra da
moda neste início de ano. Vamos torcer para que aconteça e
seja para melhor. Feliz 2003.
As provas de geografia dos vestibulares também gostam das
mudanças. As alterações no padrão de crescimento da população brasileira devido à queda da
taxa de natalidade, as mudanças
ambientais decorrentes do aquecimento global, as modificações
no processo socioeconômico,
partindo de uma sociedade agrário-exportadora para uma sociedade urbano-industrial e as transformações na geopolítica planetária, do mundo bipolar para a "nova ordem mundial", têm sido algumas das questões freqüentemente propostas nos vestibulares.
O governo FHC também promoveu uma série de mudanças.
Algumas delas sofreram forte resistência do atual governo, oposição na época.
Entre elas, uma que pode ser
questionada é o processo de privatização das estatais, levado a cabo durante os anos 90. Ele mudou
um padrão que vinha desde a
época de Getúlio Vargas, principalmente depois da Segunda
Guerra Mundial, quando o Estado ampliou sobremaneira sua
atuação como empresário, criando estatais nos setores de base e de
bens intermediários, como mineração, energia e siderurgia.
A "verdade" da época era que
esses setores eram estratégicos
para o país e que, por envolverem
altos investimentos para seu desenvolvimento, com retorno a
longo prazo, não atraíam o capital
privado. Dentro desse quadro,
restava ao Estado assumir a empreitada.
No início dos anos 90, a "verdade" era outra. As estatais davam
prejuízo, estavam engessadas pela
morosidade governamental,
eram usadas politicamente e estavam repletas de funcionários com
alta remuneração que pouco produziam, os chamados "marajás".
De acordo com o governo FHC,
não havia outra saída: o negócio
era privatizar.
Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus
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