São Paulo, quinta-feira, 09 de janeiro de 2003
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GEOGRAFIA

Vamos mudar, mas com cuidado

EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA

Mudança. Essa é a palavra da moda neste início de ano. Vamos torcer para que aconteça e seja para melhor. Feliz 2003.
As provas de geografia dos vestibulares também gostam das mudanças. As alterações no padrão de crescimento da população brasileira devido à queda da taxa de natalidade, as mudanças ambientais decorrentes do aquecimento global, as modificações no processo socioeconômico, partindo de uma sociedade agrário-exportadora para uma sociedade urbano-industrial e as transformações na geopolítica planetária, do mundo bipolar para a "nova ordem mundial", têm sido algumas das questões freqüentemente propostas nos vestibulares.
O governo FHC também promoveu uma série de mudanças. Algumas delas sofreram forte resistência do atual governo, oposição na época.
Entre elas, uma que pode ser questionada é o processo de privatização das estatais, levado a cabo durante os anos 90. Ele mudou um padrão que vinha desde a época de Getúlio Vargas, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial, quando o Estado ampliou sobremaneira sua atuação como empresário, criando estatais nos setores de base e de bens intermediários, como mineração, energia e siderurgia.
A "verdade" da época era que esses setores eram estratégicos para o país e que, por envolverem altos investimentos para seu desenvolvimento, com retorno a longo prazo, não atraíam o capital privado. Dentro desse quadro, restava ao Estado assumir a empreitada.
No início dos anos 90, a "verdade" era outra. As estatais davam prejuízo, estavam engessadas pela morosidade governamental, eram usadas politicamente e estavam repletas de funcionários com alta remuneração que pouco produziam, os chamados "marajás". De acordo com o governo FHC, não havia outra saída: o negócio era privatizar.


Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus


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