São Paulo, terça-feira, 09 de fevereiro de 2010
  Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Artistas protegem calouros de excesso na PUC

Divulgação
Mágico oferece água e doce a calouro no trote do ano passado

DA REPORTAGEM LOCAL

Quanto vale um bixo em dia de trote? Na PUC-SP, calouros em apuros valem uma mágica, uma poesia, um truque de ilusionismo.
Como anjos da guarda, um grupo de dez artistas formado por palhaços, músicos, bailarinos e ilusionistas se infiltram entre os alunos durante o trote, identificam calouros em potenciais situações de risco e, na base da brincadeira, ajudam o aluno a escapar de seu veterano.
"A gente perguntou: "Se eu fizer uma mágica e você gostar, você me dá o seu bixo?'", conta o mágico Ricardo Malerbi, sobre a forma como conseguiu liberar um calouro visivelmente embriagado cercado por veteranos no trote do ano passado.
Malerbi participou da primeira edição da brincadeira, há dois anos. "O objetivo era reduzir os danos do trote violento. A universidade podia usar a força da polícia, mas achou por bem que essa intervenção fosse de forma lúdica", diz.
Para alunos que parecem ter bebido além da conta, os artistas propõem trocar uma latinha de cerveja por um copo d'água. Oferecem ainda barrinha de cereal e doce.
"Os alunos ficam em situação deplorável. Beberam em excesso, passaram o dia sem comer, debaixo do sol, no farol. Nós vamos lá ajudar", diz Anelise Mayumi, que faz parte da coordenação da ação deste ano. Para esta edição, a PUC contratou dez artistas, incluindo Anelise.
Infiltrados entre calouros e veteranos e devidamente paramentados como artistas -roupas, adereços, maquiagem-, eles seguem em busca de quem precisa de ajuda. O alvo principal são pequenas aglomerações. Nelas, os calouros podem estar em situação de desvantagem. "Quando estão de um para um, eles [os calouros] têm mais facilidade de se defender. Identificada a roda, os artistas partem para a ação.", diz Anelise
É nessa hora que o trabalho deles vira moeda de troca.
No ano passado, até na orientação do trânsito eles ajudaram. "A rua da PUC fica tomada por jovens, mas os carros continuam passando", conta Mayumi. Então, para evitar acidentes, os palhaços, cantando e dançando, ajudavam a abrir caminhos no meio da multidão.
Já é o terceiro ano que a PUC usa essa estratégia.


Texto Anterior: Trote pode ser tradicional ou incluir ação solidária
Próximo Texto: Boas-vindas: Faculdades propõem trocar o trote pela recepção a calouros
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.