São Paulo, quinta-feira, 09 de setembro de 2004
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GEOGRAFIA

Cáucaso entra de vez no mapa do vestibular

EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA

O assassinato do presidente da Tchetchênia, em maio, a explosão de dois aviões no sul da Rússia, em agosto, e a tragédia da invasão da escola, na semana passada, todos atos patrocinados por terroristas tchetchenos, colocaram definitivamente a região no mapa dos vestibulares deste ano.
A região a que me refiro chama-se Cáucaso. Fica entre um lago imenso, conhecido como mar Cáspio, e o mar Negro.
Essa área já foi cobrada inúmeras vezes nos vestibulares e na maior parte delas exigia-se dos alunos o conhecimento de sua importância nos negócios do petróleo. Particularmente da porção sul do Cáucaso, conhecida como Transcáucaso, onde ficam a Geórgia, a Armênia e o Azerbaijão. Este último, localizado à beira do Cáspio, é riquíssimo nesse combustível fóssil.
É uma área montanhosa e seca, atravessada por oleodutos e gasodutos que levam a produção local para Moscou e para portos na Europa.
A região é também local de contato entre duas civilizações muito contrastantes. De um lado, a eslava-ortodóxa russa, ao norte, e, do outro, mais de 20 povos muçulmanos, ao sul.
A área pertencia à União Soviética até que, com o seu fim, os três Transcaucasianos obtiveram a independência. No entanto, as repúblicas do norte, os Ciscaucasianos, passaram a integrar a Federação Russa. Entre elas estão a Tchechênia, a Inguchétia, o Daguestão, a Adiguéia e a Ossétia do Norte. É nesta última, de população predominantemente cristã, que se localiza a escola invadida pelos terroristas.
A questão básica por trás dos atentados é a luta pela independência. Parte da população dessas repúblicas, principalmente a islâmica, não aceita a dominação russa.
Os fatos vão atropelando os estudantes. Quando eu era vestibulando, bastava saber onde era o Cáucaso e conhecer a importância das margens do Cáspio para a produção de petróleo mundial. Hoje, os conflitos separatistas e o terrorismo globalizado colocam essas pequenas repúblicas em evidência nas manchetes, o que, certamente, aumentam as chances de os vestibulares cobrarem mais detalhes sobre a região.


Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus


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