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GEOGRAFIA
Cáucaso entra de vez no mapa do vestibular
EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA
O assassinato do presidente da
Tchetchênia, em maio, a explosão de dois aviões no sul da
Rússia, em agosto, e a tragédia da
invasão da escola, na semana passada, todos atos patrocinados por
terroristas tchetchenos, colocaram definitivamente a região no
mapa dos vestibulares deste ano.
A região a que me refiro chama-se Cáucaso. Fica entre um lago
imenso, conhecido como mar
Cáspio, e o mar Negro.
Essa área já foi cobrada inúmeras vezes nos vestibulares e na
maior parte delas exigia-se dos
alunos o conhecimento de sua
importância nos negócios do petróleo. Particularmente da porção
sul do Cáucaso, conhecida como
Transcáucaso, onde ficam a Geórgia, a Armênia e o Azerbaijão. Este último, localizado à beira do
Cáspio, é riquíssimo nesse combustível fóssil.
É uma área montanhosa e seca,
atravessada por oleodutos e gasodutos que levam a produção local
para Moscou e para portos na
Europa.
A região é também local de contato entre duas civilizações muito
contrastantes. De um lado, a eslava-ortodóxa russa, ao norte, e, do
outro, mais de 20 povos muçulmanos, ao sul.
A área pertencia à União Soviética até que, com o seu fim, os três
Transcaucasianos obtiveram a independência. No entanto, as repúblicas do norte, os Ciscaucasianos, passaram a integrar a Federação Russa. Entre elas estão a
Tchechênia, a Inguchétia, o Daguestão, a Adiguéia e a Ossétia do
Norte. É nesta última, de população predominantemente cristã,
que se localiza a escola invadida
pelos terroristas.
A questão básica por trás
dos atentados é a luta pela independência. Parte da população
dessas repúblicas, principalmente
a islâmica, não aceita a dominação russa.
Os fatos vão atropelando os estudantes. Quando eu era vestibulando, bastava saber onde era o
Cáucaso e conhecer a importância das margens do Cáspio para a
produção de petróleo mundial.
Hoje, os conflitos separatistas e o
terrorismo globalizado colocam
essas pequenas repúblicas em evidência nas manchetes, o que, certamente, aumentam as chances
de os vestibulares cobrarem mais
detalhes sobre a região.
Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus
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