São Paulo, terça-feira, 12 de janeiro de 2010
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DEU NA MÍDIA

A China e os 60 anos da revolução (parte 1)

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

No último 1º de outubro, a China comemorou os 60 anos da sua revolução. Em 1949, sob a liderança do Grande Timoneiro, Mao Tse-tung, e seus camaradas, foi proclamada a República Popular da China, a China comunista.
Nos últimos anos do século 19, a China era uma nação dominada e submetida ao interesse das principais potências imperialistas na época, Grã-Bretanha, Alemanha, França e Japão. Razão pela qual prosperava um clima de revolta -nacionalista- contra a presença estrangeira e de recusa ao sistema imperial, representada pela dinastia Manchu (1644-1911), a última do Império Chinês.
A velha estrutura imperial ruiu definitivamente em 1911, com a revolta nacionalista liderada por Sun Yat-sen (1866-1925), primeiro presidente da recém-proclamada República e fundador do Kuomintang, o Partido Nacional do Povo. No entanto, mesmo com a chegada da República, as forças nacionalistas não conseguiram se manter no poder.
Em meio ao caos interno em virtude das sucessivas revoltas, o poder foi parar nas mãos dos Senhores da Guerra (1916-1927), chefes militares locais que possuíam enorme poder nas províncias e controlavam, ao lado de grandes proprietários de terra, 80% das áreas produtivas.
A partir de 1919, eclodiu o movimento Quatro de Maio, promovido por estudantes que exigiam democracia e mudanças no sistema político. Sob influência da Revolução Russa (1917), membros desse movimento criaram, em 1921, o PCCh (Partido Comunista Chinês).
Se no princípio nacionalistas e comunistas lutaram juntos contra o inimigo comum, o estrangeiro, essa aliança não durou muito. Em 1927, o general Chiang Kai-shek, líder do Kuomintang, temeroso do avanço da mobilização popular, passou a perseguir os comunistas.
Um dos episódios mais importantes desse confronto foi a Longa Marcha, empreendida pelos comunistas em 1934, sob a liderança de Mao Tse-tung, que percorreu 10 mil quilômetros em direção ao norte, para fugir do cerco dos nacionalistas.
Com o final da Segunda Guerra (1939-1945), os japoneses -derrotados- foram expulsos da China e as tropas do Kuomintang, com o apoio dos EUA, intensificaram sua luta contra os comunistas.
Mesmo sem contar com o apoio integral da URSS, as forças de Mao derrotaram os nacionalistas e fundaram a República Popular da China em 1949. Derrotados, os nacionalistas refugiaram-se em Formosa (Taiwan) e, sob a proteção dos EUA, proclamaram, ainda em 1949, a República da China, a China nacionalista.

ROBERTO CANDELORI é professor do colégio Móbile.

rcandelori@uol.com.br



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