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DEU NA MÍDIA
A China e os 60 anos da revolução (parte 1)
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
No último 1º de outubro, a
China comemorou os 60
anos da sua revolução. Em
1949, sob a liderança do
Grande Timoneiro, Mao
Tse-tung, e seus camaradas,
foi proclamada a República
Popular da China, a China
comunista.
Nos últimos anos do século 19, a China era uma nação
dominada e submetida ao interesse das principais potências imperialistas na época,
Grã-Bretanha, Alemanha,
França e Japão. Razão pela
qual prosperava um clima de
revolta -nacionalista- contra a presença estrangeira e
de recusa ao sistema imperial, representada pela dinastia Manchu (1644-1911), a última do Império Chinês.
A velha estrutura imperial
ruiu definitivamente em
1911, com a revolta nacionalista liderada por Sun Yat-sen (1866-1925), primeiro
presidente da recém-proclamada República e fundador
do Kuomintang, o Partido
Nacional do Povo. No entanto, mesmo com a chegada da
República, as forças nacionalistas não conseguiram se
manter no poder.
Em meio ao caos interno
em virtude das sucessivas revoltas, o poder foi parar nas
mãos dos Senhores da Guerra (1916-1927), chefes militares locais que possuíam
enorme poder nas províncias
e controlavam, ao lado de
grandes proprietários de terra, 80% das áreas produtivas.
A partir de 1919, eclodiu o
movimento Quatro de Maio,
promovido por estudantes
que exigiam democracia e
mudanças no sistema político. Sob influência da Revolução Russa (1917), membros
desse movimento criaram,
em 1921, o PCCh (Partido
Comunista Chinês).
Se no princípio nacionalistas e comunistas lutaram
juntos contra o inimigo comum, o estrangeiro, essa
aliança não durou muito. Em
1927, o general Chiang Kai-shek, líder do Kuomintang,
temeroso do avanço da mobilização popular, passou a
perseguir os comunistas.
Um dos episódios mais importantes desse confronto
foi a Longa Marcha, empreendida pelos comunistas
em 1934, sob a liderança de
Mao Tse-tung, que percorreu 10 mil quilômetros em
direção ao norte, para fugir
do cerco dos nacionalistas.
Com o final da Segunda
Guerra (1939-1945), os japoneses -derrotados- foram
expulsos da China e as tropas
do Kuomintang, com o apoio
dos EUA, intensificaram sua
luta contra os comunistas.
Mesmo sem contar com o
apoio integral da URSS, as
forças de Mao derrotaram os
nacionalistas e fundaram a
República Popular da China
em 1949. Derrotados, os nacionalistas refugiaram-se em
Formosa (Taiwan) e, sob a
proteção dos EUA, proclamaram, ainda em 1949, a República da China, a China nacionalista.
ROBERTO CANDELORI é professor do colégio Móbile.
rcandelori@uol.com.br
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