Para MEC e universidades, mobilidade de estudantes só deve crescer nos próximos anos


NATÁLIA SOARES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um dos objetivos do MEC ao propor o sistema de seleção unificada para as universidades federais, a mobilidade dos estudantes entre os Estados não será significativa no primeiro ano do novo modelo.
A baixa expectativa é do próprio ministério e das universidades que usarão o Enem como única forma para ingresso de alunos em 2010.
Segundo levantamento feito pelo Fovest, as 15 universidades que usarão o sistema de seleção unificada para todas as vagas distribuem alguma espécie de bolsa-auxílio, mas apenas oito têm alojamentos ou alugam espaços para receber alunos de baixa renda que moram em locais distantes.
Com 13 mil alunos, a UFMA (Universidade Federal do Maranhão) tem um alojamento masculino e aluga duas casas nas proximidades do campus de São Luís, que atendem a cerca de cem estudantes. Mas, segundo uma aluna moradora da residência feminina, os assaltos são frequentes, há infiltrações e constantes invasões de ratos. "Já tive cadernos e sapatos roídos", diz ela.
Segundo o diretor de assuntos estudantis da UFMA, Marcos Antônio Ferreira de Araújo, há a previsão de incrementar o programa de assistência estudantil. "A ideia é dar bolsas de R$ 400 para eles decidirem onde morar, mas as lideranças estudantis são contrárias, pois querem a construção dos alojamentos", afirmou. "A área é perigosa mesmo, mas isso é um problema de segurança pública. Já pedimos para o dono da casa fazer desratizações."
Segundo a secretária de Educação Superior do MEC, Maria Paula Dallari Bucci, o ministério já ampliou os recursos para as federais via Plano Nacional de Assistência Estudantil e acredita que não será a falta de moradias que prejudicará a mobilidade. "Em uma universidade a residência pode ser o problema, mas em outra pode ser o transporte", exemplifica.
"O índice vai aumentar ao longo do tempo, quando surgir uma cultura de mobilidade."


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