São Paulo, terça-feira, 18 de agosto de 2009
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CARREIRA

Fisioterapia se volta para a prevenção

Atividades ligadas à saúde do trabalho, da mulher e do idoso são as principais apostas

DANIELA MERCIER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Muito associada à reabilitação da capacidade motora, a fisioterapia tem ganhado novos campos. No mercado, cresce a demanda por profissionais voltados para a prevenção e a promoção da qualidade de vida.
Atividades ligadas à saúde do trabalho, da mulher e do idoso são as grandes apostas para a colocação do fisioterapeuta -profissional que tem no movimento do corpo humano o seu principal objeto de estudo.
"Há uma demanda grande pela fisioterapia nas empresas privadas para melhorar a produtividade e evitar o aparecimento de traumas e lesões no trabalhador", afirma Gil Lúcio Almeida, presidente do Crefito-SP (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de São Paulo).
Formada há dois anos pela Uninove, em São Paulo, a fisioterapeuta Fabiana Silva, 27, não teve dificuldade para encontrar o primeiro emprego. Desde a época de faculdade, quando foi estagiária, ela atua no programa de saúde de uma das unidades da Votorantim na capital. Uma de suas funções é aplicar a ginástica laboral -atividade que os funcionários fazem diariamente para melhorar o condicionamento físico.
"Há uma atenção maior para qualidade de vida em todas as áreas", diz Fabiana, que se especializou em fisioterapia do trabalho na Unifesp.
Entre áreas novas e tradicionais, como a ortopedia, as opções de atuação do fisioterapeuta são diversas. Além de empresas, os principais locais de trabalho são hospitais, centros de reabilitação, academias e clubes esportivos.
Para atender a esse campo variado, a formação do fisioterapeuta é generalista. Na graduação, que dura de quatro a cinco anos, dependendo da instituição, o estudante tem disciplinas das áreas da saúde e de humanas. O estágio é obrigatório para se formar.
No Brasil, há 519 cursos de graduação na área e 118 mil profissionais, segundo o Crefito-SP. A USP é a única instituição pública a oferecer o curso na capital. A carreira foi a décima mais concorrida no vestibular passado, com 23,04 candidatos por vaga. Unesp, Unifesp, UFSCar e USP de Ribeirão Preto são outras opções no interior do Estado.
O piso salarial é de R$ 1.560, e a remuneração média varia de R$ 2.574 a R$ 4.650 para 30 horas semanais, segundo a Fenafito (federação nacional de trabalhadores).
A especialização é um caminho inevitável em um cenário de crescimento de cursos e profissionais. Levantamento realizado pelo conselho com cerca de 30 mil fisioterapeutas mostrou que 71,1% possuíam pós-graduação em 2008. "O mercado tradicional está saturado. O profissional precisa se diferenciar", afirma o coordenador do curso na Unesp de Marília, Marcos Scheicher.
A recém-formada Natália Padula, 24, optou pelo programa de aperfeiçoamento da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) para se especializar em reabilitação neurológica. Ela escolheu a profissão pelo contato mais próximo com os pacientes. "Alguns dias são difíceis, mas acompanhar cada avanço é muito gratificante. Sou muito feliz nessa área", diz ela, formada pela USP de Ribeirão Preto.


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