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BIOLOGIA
O ABC da hepatite
FABIO GIORDANO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Neste ano, propagou-se uma série de campanhas de vacinação para o combate à hepatite.
Vamos esclarecer um pouco o
"ABC" da doença, que pode ser de
cinco tipos: A, B, C, D ou E.
Em linhas gerais, a hepatite é
uma infecção do fígado provocada por vírus do grupo Hepadnaviridae. O vírus penetra no organismo por via sangüínea ou por
água, alimento ou mão contaminados. O tratamento requer repouso rigoroso; caso contrário, a
doença pode levar à cirrose, ao
câncer do fígado e até a morte.
Para nos prevenir dessa doença,
devemos tomar alguns cuidados:
não beber água que não seja fervida ou filtrada; lavar bem as frutas
e alimentos crus; só usar seringas
descartáveis; lavar bem as mãos e
praticar sexo com o uso de preservativos.
Os vírus "A" e "E" são eliminados pelas fezes, que contaminam
as águas, que podem contaminar
novos indivíduos. A vacina para a
hepatite A é recomendável para
todas as crianças a partir de um
ano de idade. Não existe vacina
para a hepatite "E".
A transmissão dos vírus "B",
"C" e "D" pode dar-se pelo sangue ou por secreções corporais
contaminadas. O vírus "B" possui
uma forma fulminante em 1% dos
casos, sendo a vacinação indicada
para a população com até 20 anos.
Para os vírus "C" e "D", não existe
uma vacina própria, e o indicado
é tomar a vacina contra o tipo "B".
Descoberto recentemente, dez
anos após a identificação do vírus
da Aids, o vírus da hepatite C já
contaminou, segundo a OMS,
cerca de 200 milhões de pessoas
no mundo e mais de 2,6% da população no Brasil. Seus sintomas
inicialmente são semelhantes aos
de uma gripe. Estima-se que 80%
dos contaminados pela hepatite
C, conhecida por ser "silenciosa",
demorem 20 anos para desenvolver a doença.
Fabio Giordano é bacharel em biologia,
doutor em ecologia pela USP e professor-pesquisador da Unisanta
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