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      São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003
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BIOLOGIA

O ABC da hepatite

FABIO GIORDANO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Neste ano, propagou-se uma série de campanhas de vacinação para o combate à hepatite. Vamos esclarecer um pouco o "ABC" da doença, que pode ser de cinco tipos: A, B, C, D ou E.
Em linhas gerais, a hepatite é uma infecção do fígado provocada por vírus do grupo Hepadnaviridae. O vírus penetra no organismo por via sangüínea ou por água, alimento ou mão contaminados. O tratamento requer repouso rigoroso; caso contrário, a doença pode levar à cirrose, ao câncer do fígado e até a morte.
Para nos prevenir dessa doença, devemos tomar alguns cuidados: não beber água que não seja fervida ou filtrada; lavar bem as frutas e alimentos crus; só usar seringas descartáveis; lavar bem as mãos e praticar sexo com o uso de preservativos.
Os vírus "A" e "E" são eliminados pelas fezes, que contaminam as águas, que podem contaminar novos indivíduos. A vacina para a hepatite A é recomendável para todas as crianças a partir de um ano de idade. Não existe vacina para a hepatite "E".
A transmissão dos vírus "B", "C" e "D" pode dar-se pelo sangue ou por secreções corporais contaminadas. O vírus "B" possui uma forma fulminante em 1% dos casos, sendo a vacinação indicada para a população com até 20 anos. Para os vírus "C" e "D", não existe uma vacina própria, e o indicado é tomar a vacina contra o tipo "B".
Descoberto recentemente, dez anos após a identificação do vírus da Aids, o vírus da hepatite C já contaminou, segundo a OMS, cerca de 200 milhões de pessoas no mundo e mais de 2,6% da população no Brasil. Seus sintomas inicialmente são semelhantes aos de uma gripe. Estima-se que 80% dos contaminados pela hepatite C, conhecida por ser "silenciosa", demorem 20 anos para desenvolver a doença.


Fabio Giordano é bacharel em biologia, doutor em ecologia pela USP e professor-pesquisador da Unisanta


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