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      São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2003
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FÍSICA

Energia, conservação e transformação: 2

TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Uma das expressões mais conhecidas da física moderna é a relação proposta por Einstein entre massa e energia: E = m . c2, em que c2 é o fator de proporcionalidade (a constante c = 3 x 108 m/s representa a velocidade da luz no vácuo). Essa equivalência entre massa e energia pode ser observada, por exemplo, nas reações nucleares que ocorrem nos reatores nucleares e nas bombas atômicas.
A enorme liberação de energia surge à custa do desaparecimento de uma certa massa dos materiais reagentes. Podemos afirmar, portanto, que o conceito de que "massa é uma forma de energia" torna mais abrangente o princípio da conservação da energia, que garante que a energia total de um sistema jamais desaparece, não pode ser destruída nem surge do nada. A energia se apresenta de várias formas, que se transformam continuamente umas nas outras, mas permanece sempre constante. Uma das formas de energia é a mecânica, que é a soma da energia cinética com a potencial. Quando um corpo ou um sistema de corpos está submetido a um sistema de forças conservativas, como a força peso ou a força elástica, a energia mecânica total permanece constante. No salto com vara, por exemplo, o atleta converte sua energia cinética obtida na corrida em energia potencial elástica (flexão da vara), que, por sua vez, se converte em energia potencial gravitacional, que permite determinar a máxima altura possível atingida pelo atleta ao transpor a barra.
A partir da Idade Média, foram projetadas máquinas, como a da figura acima, em que a queda de uma esfera impulsionaria a subida da outra e, dessa forma, seriam capazes de funcionar indefinidamente sem a utilização de combustível ou outra fonte de energia externa.
Muitas pessoas tentaram construir essas máquinas de movimento perpétuo, mas a ciência já provou que isso é impossível, pois seria necessário criar energia a partir do nada, o que contraria o princípio da conservação da energia. A impossibilidade prática de criar essas máquinas ocorre porque sempre há uma "perda" da energia mecânica envolvida no processo de seu funcionamento.
Como escreveu Marcelo Gleiser em seu livro "A Dança do Universo": "A natureza do mistério está na mente de quem o contempla".


Tarso Paulo Rodrigues é professor e coordenador de física do Colégio Augusto Laranja


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