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BIOLOGIA
O problema do saneamento básico: parte 1
EDGARD HASS
ESPECIAL PARA A FOLHA
Uma das preocupações atuais
nos países em desenvolvimento é o saneamento básico, que assegura as condições sanitárias necessárias à qualidade de vida da
população, sobretudo através do
tratamento de água e esgoto. São
várias as razões que justificam essa preocupação, mas uma das
mais importantes é a grande
quantidade de doenças veiculadas pela falta desse recurso.
O assunto desta coluna são as
doenças causadas por protozoários, que, por meio de seu ciclo vital, contagiam pacientes através
da água ou de alimentos contaminados por cistos (formas de resistência) desses microorganismos,
que são eliminados com as fezes
de portadores do parasita.
A Giardia lamblia é um protozoário que provoca vários sintomas, o que, durante muito tempo,
dificultou a descoberta da giardíase pelos médicos. Além de perturbações intestinais, podem ocorrer
desnutrição grave, problemas nos
condutores biliares e na vesícula
biliar ou mesmo no pâncreas.
Com o exame protoparasitológico de fezes, hoje é fácil diagnosticar essa e outras doenças causadas por protozoários e vermes.
A Entamoeba histolytica, que é
transmitida da mesma forma,
causa a disenteria amebiana, além
de poder provocar abscessos no
fígado. Essa doença e a giardíase
podem ser assintomáticas, e o homem aparentemente sadio pode
ser seu portador e transmissor.
O Balantidium coli é um protozoário que, além da forma direta
de transmissão, pode ter o porco
como o seu vetor e causar a disenteria balanticliana, doença mais
branda que as anteriormente citadas e de tratamento mais fácil
-até mesmo a cura espontânea
pode ocorrer, principalmente se o
paciente mantiver uma dieta à base de leite e derivados.
Além do saneamento básico,
atitudes como lavar bem as frutas
e os legumes a serem ingeridos
crus, ferver, filtrar ou clorar a
água não-tratada e ter uma boa
higiene pessoal estão entre as medidas profiláticas dessas doenças.
Edgard Hass dá aulas de biologia desde 1968 e hoje é professor do Intergraus
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