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ATUALIDADES
A Europa dos 25 e o fim da "cortina de ferro"
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
A União Européia (UE) recebeu
a adesão de dez novos Estados
e colocou fim à divisão do continente imposta pela Guerra Fria.
Decretou também o sepultamento da "cortina de ferro", máxima
que ganhou projeção nas palavras
de Winston Churchill em março
de 1945, quando, em um discurso
nos EUA, anunciou a divisão da
Europa: "De Stettin, no Báltico, a
Trieste, no Adriático, uma "cortina de ferro" desceu sobre o continente", profetizava o ex-premiê
britânico, apreensivo ante o risco
da expansão comunista.
Os novos membros da Europa
dos 25 são: Polônia, Hungria, República Tcheca e Eslováquia, ex-integrantes do Pacto de Varsóvia,
a aliança militar comunista comandada por Moscou. Também
passam a pertencer ao grupo Estônia, Letônia e Lituânia, que
eram parte da ex-União Soviética,
com a Eslovênia, uma antiga
república da Iugoslávia. Para
completar a expansão do bloco,
aderiram as ilhas mediterrâneas
de Malta e parte de Chipre (apenas a administrada pelos gregos
cipriotas).
O avanço em direção ao leste
transforma a União Européia em
um importante bloco econômico,
com um PIB (Produto Interno
Bruto) próximo dos US$ 12 trilhões, superando o norte-americano. Com a chegada de 75
milhões de novos habitantes, a
Europa dos 25 terá uma população estimada em 455 milhões de
consumidores.
A vitória maior dessa ampliação
foi anunciada pelas palavras do
ex-chanceler alemão Helmut
Kohl, por ocasião da celebração
do novo bloco. "A mensagem é
que nunca mais haverá guerra na
Europa", disse, reafirmando o papel essencial da integração comercial no fortalecimento das relações e na consolidação da democracia na Europa.
É inegável que a incorporação
de novas nações à UE enfrentará
grandes obstáculos, principalmente referentes à reestruturação
econômica. Os novos participantes terão que receber vultuosos investimentos em infra-estrutura e
ajuda financeira para reduzir as
desigualdades em relação aos antigos membros. Resta saber se esses países, aprendizes da democracia e aspirantes à "zona do euro", se integrarão de fato a essa
nova Europa, mais livre e próspera do que aquela da Guerra Fria.
Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br
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