São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004
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BIOLOGIA

Radicais livres envelhecem células

FABIO GIORDANO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os radicais livres -quaisquer espécies químicas que apresentam pelo menos um elétron não-compartilhado na camada de valência- são os responsáveis pelo envelhecimento das nossas células. Formam-se durante toda a nossa vida, mas são mais sentidos a partir da idade adulta.
Não podemos eliminar totalmente a formação de radicais livres, pois ela ocorre em nosso organismo em importantes processos metabólicos, principalmente nos derivados do uso do oxigênio. Eles são responsáveis pelo transporte de elétrons na cadeia respiratória e, em alguns tipos de célula, têm a capacidade de eliminar bactérias invasoras.
Um efeito prejudicial ao nosso organismo, no entanto, ocorre quando há aumento excessivo na produção ou diminuição de agentes oxidantes, o que os torna responsáveis pelas agressões às células. A reação dos radicais livres com os ácidos graxos -constituintes de óleos e de gorduras- pode favorecer o depósito de placas nas paredes arteriais, assim como a combinação de radicais livres com o DNA das células, alterando seu código genético e produzindo uma multiplicação desordenada -o que pode provocar câncer e infarto do miocárdio.
As principais fontes externas de radicais livres são fumaça de cigarro, bebidas alcoólicas, exposição a poluentes atmosféricos, raios solares e raios X e ingestão de carnes vermelhas.
A velhice humana é uma realidade biológica à medida que o tempo passa e avança o desenvolvimento orgânico. Há uma complexa interação entre mudanças biológicas, psicológicas e sociais, sendo difícil estabelecer qual desses três fatores é o mais determinante no envelhecimento.
Enquanto a geriatria estuda o tratamento clínico dos idosos e está mais atrelada à ciência da saúde, a gerontologia é um estudo multidisciplinar do envelhecimento e será uma das opções de curso da USP Leste em 2005 -para atender à demanda de nosso país, onde o número de idosos deve aumentar expressivamente na população.


Fabio Giordano é bacharel em biologia, doutor em ecologia pela USP e professor-pesquisador da Unisanta. E-mail: giordano@unisanta.br


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