São Paulo, sexta-feira, 01 de fevereiro de 2008

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Crítica/"Meu Monstro de Estimação"

Amizade entre garoto e criatura rende bom infantil

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

Crianças com bichos de estimação pouco usuais podem render toda sorte de filmes -vide "Gremlins" (1984), "Um Hóspede do Barulho" (1987) etc.
Sendo uma criança escocesa o foco de "Meu Monstro de Estimação", que estréia hoje, o bicho bizarro da vez não poderia ser outro que não o monstro do lago Ness -Nessie, como os britânicos carinhosamente o chamam, ou Crusoé, como o jovem Angus, seu dono, o apelida.
A história, contada em flashback por um senhor (o eterno coadjuvante Brian Cox) num pub (falando em estereótipos...), se passa durante a Segunda Guerra, quando os países da ilha viviam sob tensão dos iminentes ataques alemães.
Criança solitária e retraída desde que seu pai foi convocado à guerra, deixando-o com sua mãe (a boa Emily Watson) e irmã mais velha, Angus MacMorrow encontra uma pedra estranha na praia e a leva para casa, só para descobrir que o troço é um ovo de um bicho incomum.
Incomum e de crescimento acelerado, o que se torna um problema quando a mansão da família MacMorrow vira base para os militares britânicos -além de casa para um novo e misterioso zelador- e o garoto Angus não consegue mais esconder seu mascote.

Bons efeitos especiais
Com efeitos especiais a cargo dos oscarizados neozelandeses da Weta Digital ("O Senhor dos Anéis", "King Kong"), a qualidade visual da criatura é o ponto alto do filme -um monstrinho fofinho enquanto bebê e gigantesco quando adulto.
A propósito, o "monstro" do título em português, por ser mais comumente usado com carga negativa, não faz jus ao bicho do filme nem a seu título original, "The Water Horse", o cavalo d'água -já que Angus o cavalga em passeios aquáticos.
Como é praxe nesse tipo de filme, a tenra relação entre o garoto e o animal é o mote da história: são dois órfãos, cada um a seu modo, que encontram companhia e amadurecimento em sua convivência.
Os belos visuais das locações e a ágil narrativa, pontuada com humor e suspense, deixam em segundo plano os deslizes geográficos (como o inexistente encontro do lago Ness com o oceano) e históricos (como a data da falsa foto do monstro).
É um filme estritamente infantil e que certamente agradará aos pequenos -mas também deve forçar os pais a negociarem, no mínimo, um peixinho de aquário pós-cinema.


MEU MONSTRO DE ESTIMAÇÃO
Produção:
EUA/ Reino Unido, 2007
Direção: Jay Russell
Com: Alex Etel, Ben Chaplin, Emily Watson, Brian Cox
Quando: estréia hoje, nos cines Metrô Santa Cruz, Villa-Lobos e circuito
Avaliação: bom


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