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Crítica/"Meu Monstro de Estimação"
Amizade entre garoto e criatura rende bom infantil
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
Crianças com bichos de
estimação pouco
usuais podem render
toda sorte de filmes -vide
"Gremlins" (1984), "Um Hóspede do Barulho" (1987) etc.
Sendo uma criança escocesa
o foco de "Meu Monstro de Estimação", que estréia hoje, o bicho bizarro da vez não poderia
ser outro que não o monstro do
lago Ness -Nessie, como os
britânicos carinhosamente o
chamam, ou Crusoé, como o jovem Angus, seu dono, o apelida.
A história, contada em flashback por um senhor (o eterno
coadjuvante Brian Cox) num
pub (falando em estereótipos...), se passa durante a Segunda Guerra, quando os países da ilha viviam sob tensão
dos iminentes ataques alemães.
Criança solitária e retraída
desde que seu pai foi convocado
à guerra, deixando-o com sua
mãe (a boa Emily Watson) e irmã mais velha, Angus MacMorrow encontra uma pedra estranha na praia e a leva para casa,
só para descobrir que o troço é
um ovo de um bicho incomum.
Incomum e de crescimento
acelerado, o que se torna um
problema quando a mansão da
família MacMorrow vira base
para os militares britânicos
-além de casa para um novo e
misterioso zelador- e o garoto
Angus não consegue mais esconder seu mascote.
Bons efeitos especiais
Com efeitos especiais a cargo
dos oscarizados neozelandeses
da Weta Digital ("O Senhor dos
Anéis", "King Kong"), a qualidade visual da criatura é o ponto alto do filme -um monstrinho fofinho enquanto bebê e
gigantesco quando adulto.
A propósito, o "monstro" do
título em português, por ser
mais comumente usado com
carga negativa, não faz jus ao
bicho do filme nem a seu título
original, "The Water Horse", o
cavalo d'água -já que Angus o
cavalga em passeios aquáticos.
Como é praxe nesse tipo de
filme, a tenra relação entre o
garoto e o animal é o mote da
história: são dois órfãos, cada
um a seu modo, que encontram
companhia e amadurecimento
em sua convivência.
Os belos visuais das locações
e a ágil narrativa, pontuada
com humor e suspense, deixam
em segundo plano os deslizes
geográficos (como o inexistente encontro do lago Ness com o
oceano) e históricos (como a
data da falsa foto do monstro).
É um filme estritamente infantil e que certamente agradará aos pequenos -mas também
deve forçar os pais a negociarem, no mínimo, um peixinho
de aquário pós-cinema.
MEU MONSTRO DE ESTIMAÇÃO
Produção: EUA/ Reino Unido, 2007
Direção: Jay Russell
Com: Alex Etel, Ben Chaplin, Emily Watson, Brian Cox
Quando: estréia hoje, nos cines Metrô Santa Cruz, Villa-Lobos e circuito
Avaliação: bom
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