São Paulo, quinta-feira, 01 de março de 2007

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Comida - Crítica

Aizomê faz um mosaico interessante de cozinha japonesa pouco conhecida

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Sushibar é o que não falta em São Paulo e, em praticamente todos, é também possível encontrar os standards da cozinha japonesa, como os teppans e os tempuras.
Mais raros são aqueles restaurantes que se aventuram em pratos quentes menos conhecidos. Essa vem sendo a especialidade do A1 e agora também da nova casa do mesmo proprietário, que acaba de abrir no Jardim Paulista: o Aizomê.
A inspiração é a mesma do A1: pratos quentes que vão da cozinha tradicional até criações inovadoras do chef. Há um pequeno cardápio à la carte e, principalmente, a possibilidade de pedir um menu-degustação, o omakase, composto de uma seqüência de oito a dez pratos frios e quentes transitando pelos diversos tipos de preparo (cru, cozido, frito, grelhado).
Nas duas casas, o centro das atividades está num balcão, mas no Aizomê existem também mais quatro pequenas salas para grupos, onde somente o menu completo é servido. Para o chef e proprietário Shinya Koike (o Shin), 48, a primeira casa, aberta em 2002, já estava pequena. O sucesso do empreendimento o estimulou a abrir o segundo ponto, coroando uma carreira que já leva 14 anos em São Paulo, mas começou bem antes disso.
Shin nasceu em Tóquio e desde criança conviveu com o sushibar de seu pai. Aos 18, passou a dedicar-se à cozinha francesa, passando por vários locais no Japão até vir ao Brasil em 1993. Aqui trabalhou como sushiman e chef em locais como o Roppongi, o Rangetsu of Tokyo, o Hanadoki e o Mosaic.
Em seu cardápio fixo, o Aizomê já atiça a curiosidade: dele fazem parte itens como tofu com ovo preto de pata, atum com cará ralado, bolinho de lula, tempura de cogumelo portobelo, barbatana de peixe frita...
Nada do que normalmente se encontraria num japonês convencional da cidade. No menu-degustação as surpresas serão maiores: numa taça de martini, uma mistura de ostra com caldos e temperos variados (talvez variados demais), num pratinho um naco de toro (atum gordo) levemente grelhado, numa cumbuca pequenos siris-moles fritos (bem sequinhos, ao contrário do experimentado antes no A1).
Sem falar que nos interregnos há também fatias de sashimi (inclusive um toro envolto em folha de shissô, alguns sushis). Um mosaico instigante de uma cozinha pouco conhecida entre nós.


josimar@basilico.com.br


AIZOMÊ
Avaliação:  
Endereço: al. Fernão Cardim, 39, Jardim Paulista, tel. 0/xx/ 11/ 3251-5157
Funcionamento: seg. a sáb., das 18h30 à 0h
Ambiente: um simpático balcão em baixo, mais quatro salas privativas
Serviço: atencioso Vinhos: não tem (mas dizem estar preparando uma carta); por hora, só saquê e cerveja
Cartões: American e Visa
Estacionamento com manobrista: grátis
Preços: entradas, R$ 8 a R$ 15; pratos principais, R$ 14 a R$ 18; sobremesas, R$ 8. Menu degustação: R$ 80 a R$ 100


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