da Reportagem Local

Em sua quinta edição, o Percpan (Panorama Percussivo Mundial) almeja uma volta às origens. Nos últimos três anos, o festival era temático e contava com estrelas solo que nem sempre entravam no "espírito do festival" -a percussão como elemento principal.
Este ano, o evento -que ocorre entre amanhã e sábado, em Salvador -não tem tema nem estrelas chamativas para o público fazendo espetáculos solo.
Em compensação, o Percpan se consolidou como um festival original e de importância artística fora do eixo Rio-São Paulo.
O interesse despertado na mídia internacional parece comprovar isso. O diário norte-americano "The New York Times", os jornais franceses "Le Monde" e "Libération" e a rede inglesa BBC mandaram jornalistas cobrir o evento.
O festival se caracteriza pela interação entre os artistas -por meio de encontros entre músicos estrangeiros e locais -e com o público -em oficinas gratuitas ministradas pelos participantes.
Este ano, o Percpan reunirá 13 atrações de cinco países diferentes (Itália, Gana, Senegal e Japão, além do Brasil).
Entre os convidados estrangeiros escolhidos pelo percussionista Naná Vasconcelos e pelo cantor Gilberto Gil -diretores artísticos do festival -estão o senegalês Doudou N"Diaye Rose, o ganense Aja Addy, a italiana Alessandra Belloni e o grupo feminino Wadaiko Yamato.
Entre os brasileiros, estão Hermeto Pascoal e os pagodeiros Bezerra da Silva, Zeca Pagodinho e Jovelina Pérola Negra. Gil se apresenta com os Filhos de Gandhy.
Há três grupos brasileiros: o baiano Zambiapunga, que usa a herança musical dos escravos africanos, o Lactomia, apadrinhado por Carlinhos Brown com crianças entre 7 e 18 anos, e o Frutos do Mangue, que exibe o regionalismo nordestino e foi criado especialmente para o festival por Naná e Alceu Valença -e conta com integrantes do Mestre Ambrósio.
Os shows acontecem no teatro Castro Alves, mesmo local das oficinas gratuitas, que começaram na segunda e terminam hoje.
(LAR)



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